AVALIAÇÃO ✪✪✪
Embora o título sugira um filme para a família, o tom ácido e politicamente incorreto domina a comédia Superpai, segundo longa de Pedro Amorim (de Mato sem Cachorro). A narrativa ágil, boas piadas desbocadas e um protagonista de comportamento amoral indicam uma outra rota para o humor, muitas vezes careta, do cinema nacional popular. Explica-se: o roteiro original (nunca filmado) é americano, adaptado (e suavizado) para o “paladar” brasileiro. Danton Mello, cada vez melhor como comediante, interpreta Diogo, um tipo irresponsável, casado com Mariana (Mônica Iozzi) e pai de Luca (Lukas Brombini). Desempregado, o cara mata o tempo jogando pôquer e dá pouquíssima atenção ao filho. Quando a mulher precisa se ausentar uma noite para cuidar da mãe, Diogo fica responsável pelo moleque, justamente no dia em que haverá uma comemoração de vinte anos da formatura do colégio. Ele dá um jeito de despachar Luca e se manda para a festa, onde reencontra os colegas Nando (Thogun Teixeira) e César (Antonio Tabet), além da espevitada namoradeira Júlia (Dani Calabresa). Antigo amor de Diogo, Patrícia Ellen (Juliana Didone) está disposta a reviver a paixão lá mesmo. Rodado na capital paulista, o filme assume um clima de pesadelo urbano pela madrugada, com o quarteto de amigos à procura do pequeno Luca (há uma boa sacada sobre seu desaparecimento). Direção: Pedro Amorim (Brasil, 90min). 14 anos. Estreou em 26/2/2015.