Depois de inaugurar a casa de espetáculos Miranda, em março, a cantora volta ao Rio com a turnê de Recanto, seu mais recente CD. Passagens por palcos de São Paulo e Buenos Aires a deixaram mais segura. “Estou considerando esse agora o lançamento oficial do disco no Rio”, diz Gal Costa. Na sexta (13) e no sábado (14), no Vivo Rio, ela apresenta faixas do último disco, além de sucessos antigos como Da Maior Importância, que abre o show.
Como o público está recebendo o repertório de Recanto, dominado por sonoridades eletrônicas? Foi muito bem recebido nos lugares onde estive. Acabo de voltar de Buenos Aires e foi maravilhoso. O repertório do show tem o disco novo, mas também faz um passeio pela minha carreira. É uma apresentação muito intensa. Nomes da nova geração, como Kassin, Moreno e Zeca Veloso, fizeram parte da produção do CD.
No estúdio, você mais orientou ou foi orientada? Esse disco aconteceu porque o Caetano já veio com uma ideia preconcebida. A concepção dos arranjos, das composições, é toda dele. Minha voz é um instrumento que se adequa àquele estilo. Ele pensou em mim quando pensou no disco, que se encaixa perfeitamente dentro da minha história, da minha carreira. Embora com um conteúdo diferente, já fiz outros trabalhos eletrônicos antes, no fim dos anos 60, começo dos 70.
Esse álbum pode ser considerado como uma maneira de dar uma guinada na sua carreira? Pode ser, mas o Caetano fez esse disco porque ele quis. Se o intuito dele era dar uma guinada, foi muito generoso e verdadeiro da parte dele. Na realidade, não importa, talvez ele quisesse mostrar minha relevância, meu significado para a história da música brasileira. Nós dois temos uma ligação muito forte, eu fui a intérprete que mais gravou canções dele. O disco é arrojado, e encarar coisas novas é uma característica da minha personalidade. Tudo isso veio num momento muito bom, há jovens que estão me ouvindo pela primeira vez.