Ao ser eleito pela crítica especializada internacional o artista do ano, em 2007, Erwin Wurm foi convidado a fazer um autorretrato para a capa da revista alemã Kunstjahr. A imagem enviada foi uma fotografia em que posa com quatro bananas estrategicamente postas em partes do seu corpo, uma delas em um lugar que escandalizaria os mais conservadores. A provocação era uma referência à série Esculturas de Um Minuto, na qual o público é estimulado a manusear objetos corriqueiros e se transformar, por sessenta segundos, em um componente da obra de arte. Exposto em museus como o Tate Modern, em Londres, e inspiração para a banda Red Hot Chili Peppers no videoclipe Can’t Stop, o projeto tornou-se referência na carreira de Wurm e é apresentado em O Corpo É a Casa, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil.
Vista por mais de 150 000 pessoas, a mostra, que segue até 8 de janeiro, também conta com esculturas convencionais — pelo menos no que diz respeito à perenidade da obra, uma vez que o trabalho de Wurm está longe de ser ordinário. Humor e crítica norteiam intervenções do artista em objetos conhecidos, com o objetivo de confrontar questões intrínsecas à sociedade moderna: duas salsichas enrolam-se em um caloroso abraço, pepinos tornam-se uma cômica representação de masculinidade e uma gigantesca casa assume características humanas. Convidado por VEJA RIO, o artista fez um passeio guiado pela exposição e falou sobre as quarenta obras apresentadas. Confira ao lado os destaques.