A Escola de Artes Visuais do Parque Lage vai abrir ao público em geral, de forma gratuita, algumas aulas do curso Pedra e Ar.
O curso propõe uma programação de debates em torno do fazer e pensar arte numa franca relação com sujeitos, ideias e práticas que se posicionam em outros campos de conhecimento e ação.
As transmissões acontecem pelo canal do Youtube da EAV. Serão, ao todo, cinco ciclos, cada um com uma aula aberta. A primeira acontece na próxima terça (19), às 10h.
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Confira a programação:
19 de janeiro, 10h/12h – Como descolonizar a matéria?
Como pensar e agir com as matérias sem negligenciar suas agências e subjetividades? Como não escamotear as dimensões históricas das materialidades? Como disputar os usos, as experiências e as vidas das matérias com os formalismos conservadores, que costumeiramente as estacionam em versões rígidas, fixas, universais e bem-definidas?
Mesa: Paulo Paes, Mario Novello e Tércio Araripe
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2 de fevereiro, 10h/12h – Corpos e corporeidades
Contra os regimes que objetificam e esvaziam a radical diversidade de corporeidades “do mundo”, como produzir abordagens vivas e complexas para pensar e agir com nossos – e outros – corpos? Como são construídas, desconstruídas e fabuladas as corporeidades? Como implicam-se corpos, éticas, políticas e estéticas?
Mesa: Pamela Carvalho, Isabel Portella e Marcelo Evelin
23 de fevereiro, 10h/12h – Coletividade
Contra a exclusividade das narrativas individualistas da criação e os projetos que centralizam poder, como coletivizar e redistribuir? Como elaborar éticas e estéticas que protagonizem as trocas, as convivências e as coexistências? Como reelaborar perspectivas históricas para devidamente acolher os movimentos coletivos?
Mesa: Preta Ferreira, Daiara Tukano e Paulo Lima
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09 de março, 10h/12 – Cura e cuidado
Diante das feridas coloniais, dos traumas coletivos e da perspectiva do fim do mundo como o conhecemos, como elaborar éticas, práticas e políticas de cuidado e de cura? Contra a estrutura patriarcal das sociedades, como redistribuir as políticas de cuidado, retirando-as do âmbito das atribuições “femininas”?
Mesa: Marlon Miguel, Daniela Arbex e Geni Nunes
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23 de março, 10h/12h – Imagem: o que significam e como agem as imagens
Contra as políticas hegemônicas da representação e dos imaginários, como salvaguardar a radical diversidade das imagens e do direito a imaginar? Como ir além da iconofilia, questionando o protagonismo das imagens ao friccioná-las com outros modos possíveis de narrar, a exemplo da oralidade, dos gestos, das performatividades, dos silêncios? No âmbito de uma sociedade em rede, disciplinada desde seus algoritmos, o que significam e como agem as imagens?
Mesa: Marcela Cantuaria, Diambe e Denilson Baniwa
Afirmando o caráter público da EAV, parte da programação acontece de forma aberta, para alunes não matriculados. O título do programa toma por empréstimo o nome de um dos objetos relacionais criados pela artista Lygia Clark. “Pedra e Ar” (1966) é constituído de uma pedra — objeto, peso, matéria, signo e forma — e um saco plástico repleto de ar. O sentido desta prática é apreendido a partir do contato, da experiência, da relação e do encontro, num movimento de contração e expansão, próprio daquilo que é vivo. Em um momento de crise social e sanitária, interessa imaginar, coletivamente, que economia material, relacional e afetiva temos urgência em instituir.