Pioneiro na luta pelo meio ambiente, Frans Krajcberg ganha mostra na Pinakotheke Cultural, em Botafogo, a partir desta segunda (25). O artista ficou famoso por suas obras que têm como característica a exploração de elementos da natureza, como trocos de árvores mortas e madeira calcinada nas queimadas.
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Com curadoria de Galciane Neves e Max Perlingeiro, Frans Krajcberg (1921-2017) – Natureza em Preto e Branco inclui pinturas, esculturas, gravuras e fotografias em preto e branco do artista, em diálogo com fotografias e filmes de Luiz Garrido, seu amigo, que durante décadas o fotografou em diversas ocasiões.
A exposição conta também com o ensaio e o documentário produzidos por Garrido em 1996, em Nova Viçosa, na Bahia, onde Krajcberg morou, com registros de intimidade entre os amigos.
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Judeu de origem polonesa, Krajcberg teve a família dizimada pelo nazismo na Segunda Guerra. Chegou a ser preso, mas conseguiu fugir e lutou contra os alemães pelo exército russo. Em 1948, aos 27 anos, veio para o Brasil, incentivado pelo amigo e também artista plástico Marc Chagall, também judeu, de origem russa. Vivendo aqui até o fim de sua vida, ele viria a se naturalizar brasileiro.
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Chegou no Rio, mas logo se estabeleceu em São Paulo, onde expôs duas pinturas, pela primeira vez, em 1951. No ano seguinte, mudou-se para o interior do Paraná, e, passado um certo tempo, acabou se isolando na mata para pintar. Em 1956, já vivendo no Rio, ele criou as primeiras obras influenciadas pelo contato com a natureza. Em 1964, realizou suas primeiras esculturas com madeiras mortas. No mesmo ano, foi premiado na Bienal de Veneza.
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Ao longo de sua trajetória, ele denunciou queimadas no Paraná, exploração de minérios em Minas Gerais e o desmatamento da Amazônia e do Pantanal. Sua luta pela preservação ambiental se tornou conhecida no mundo inteiro.
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A partir de 1972, passou a viver no sul da Bahia, onde manteve o seu no Sítio Natura, em Nova Viçosa. O arquiteto Zanine Caldas (1919-2001), seu amigo, o ajudou a construir sua casa, uma construção um tanto criativa: a sete metros do chão, no alto de um tronco de pequi com 2,60 metros de diâmetro. Frans Krajcberg morreu em 15 de novembro de 2017, no Rio, em decorrência de uma infecção generalizada.
Pinakotheke Cultural. Rua São Clemente, 300, Botafogo. Seg. a sex., 10h/18h. Sáb., 10h/17h. Grátis. De 25 de julho a 27 de agosto.
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