O Rio nunca se viu desse jeito. Com trabalhos que lembram mosaicos, com grande carga autoral e todos eles inéditos, Jean-François Rauzier propõe uma nova forma de olhar a cidade em Hiperfoto, exposição a ser aberta na terça (18) no Museu Histórico Nacional (MHN), no Centro. São 31 imagens da arquitetura carioca e de nossa paisagem urbana. O processo de produção de cada uma, que resulta em retratos incomuns como o Cristo Redentor saindo de uma favela, é complicado e envolve minúcias. Manipuladas no computador, algumas fotos chegam a alcançar um sugerido volume e podem até ser enxergadas como uma escultura bidimensional. É um tipo de arte que dialoga com o cubismo e o surrealismo.
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Um tanto fotógrafo, outro tanto artista visual, Rauzier, 63 anos, desembarcou no Rio em outubro passado, vindo de Paris, onde mora. Clicou cerca de 8 000 vezes, até maio, e voltou à Europa para montar seus caleidoscópios. Daqui ele diz ter ótimas lembranças: “Adorei o Centro Histórico e o Parque Lage, no Jardim Botânico. Aliás, essa presença da floresta dentro da cidade eu considero de uma vitalidade luxuriante”. Diz que era para ter feito apenas dez hiperfotos, e acabou produzindo o triplo. E conta que se encantou não só com as formas da cidade, mas também com o jeito carioca de ser. “Gostei da doçura das pessoas, do jeito de falar, da música e da riqueza humana”, enumera. A mostra fica em cartaz até 20 de setembro no MHN. Confira ao lado como foi realizada a composição de quatro imagens.