Ocupando o Centro de Artes da Maré, na Zona Norte carioca, a Festa Literária das Periferias está de volta para sua 12ª edição. Até 11 de dezembro, a Flup recebe as maiores competições de slams – batalhas de poesia falada – e performances das Américas, com a presença de poetas periféricos nacionais e internacionais, além de shows, lançamentos de livros e mesas de debate com grandes autores.
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O festival receberá o Slam Br, realizado em São Paulo desde 2014, que acontece pela primeira vez no Rio. A competição valerá vaga para o Abya Yala Poetry Slam, a Copa América das batalhas. A programação abarca também a final do Slam Coalkan, o primeiro slam indígena mundial, que reúne poetas das três Américas e celebra os povos originários.
O Slam nasceu nos Estados Unidos nos anos 80, mas chegou ao Brasil em 2008 com a poeta, atriz, pesquisadora e slam-master Roberta Estrela D’Alva, tendo se espalhado pelas periferias e se tornando um forte aliado de pautas sociais. No Slam, as poesias são declamadas de forma semelhante aos saraus, mas com algumas regras diferentes: elas devem ser autorais e apresentadas em até três minutos, sem apoio de figurinos, instrumentos ou cenários; e os jurados são aleatoriamente escolhidos da própria plateia, podendo dar notas de 0 a 10.
Para Roberta Estrela D’alva, que também é curadora dos slams da Flup, realizar o Slam Br e o Abya Yala na Flupé uma grande oportunidade de intercâmbio entre poetas do Brasil e da América Latina. A escolha da festa para abrigar as competições também é simbólica, considerando o forte impacto do slam para o púlico jovem e de periferia. “Ainda há o fato da sede este ano ser o Centro de Artes da Maré, com toda a simbologia que a figura de resistência e luta de Marielle Franco traz, neste momento político de renovação que vivemos”, ressalta a poeta.
Com homenagens à história do escritor Lima Barreto, ao subúrbio, às periferias e às vozes das mulheres, a festa também contará com a presença de grandes nomes literários como a escritora brasileira Conceição Evaristo, a haitiana Yanick Lahens, a poeta Luna Vitrolira, a jornalista e vice-prefeita de Paris Audrey Pulvar, o autor pernambucano Marcelino Freire e os dois principais talentos revelados pelos processos formativos da Flup, Geovani Martins e Jessé Andarilho.
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Um dos momentos de destaque da programação ainda será o lançamento do livro de memórias Minha Irmã e Eu, escrito por Anielle Franco em homenagem à irmã vereadora, Marielle Franco, morta a tiros no Rio em março de 2018. O cronograma completo de atrações e atividades pode ser acessado pelo site da Flup. Nos dias de jogos do Brasil, a festa também realiza a Copa Flup, com transmissão ao vivo das partidas.
Centro de Artes da Maré. Rua Bitencourt Sampaio, 181, Maré. 5 a 11 de dezembro. Grátis. Mais informações em: https://www.flup.net.br