Os olhares de 40 fotógrafos que moram em comunidades e regiões periféricas do Rio ganharam destaque em uma galeria on-line do Festival Carioca de Fotografia Popular Emergente (Frente). A iniciativa busca dar visibilidade às produções de artistas que nem sempre conseguem ocupar grandes espaços culturais.
“Sabemos que muitos circuitos de arte formais e institucionais têm suas portas fechadas para esses artistas e, enquanto for assim, vamos criar nossos circuitos, dialogando com outros eventos que funcionam da mesma forma. O que muitos consideram à margem e chamam de periferia, para nós é e sempre será central, pois se trata de nossa origem, de nossas raízes”, afirma Giuliano Lucas, idealizador do Festival.
Além da galeria, que pode ser conferida através do site, todos os selecionados receberam um curso gratuito de Photoshop e capacitações sobre como manter e gerenciar suas carreiras, com assuntos relacionados ao mercado da fotografia.
Tanto fotógrafos profissionais como iniciantes ganharam espaço na mostra. Há artistas de Nova Iguaçu, Niterói, São Gonçalo, Queimados, Belford Roxo, Complexo da Maré, Rocinha, Jacaré, Bangu, Complexo do Alemão, entre outras regiões. Cada participante conta com uma apresentação no perfil do Instagram do evento virtual.
“Participar deste festival tem sido uma oportunidade rara durante a pandemia. Tirar foto vem sendo uma forma de ver o mundo com o filtro de nossas lentes, exaltando o respeito pelo lugar que nos recebeu, as pessoas, paisagens, quem ainda move e se coloca em risco nessa cidade”, afirma a fotógrafa Laís Pinheiro de Moraes, moradora do Complexo da Maré.