Apesar da vacinação contra a Covid-19 ter sido acelerada no Rio, o teatro on-line, filho legítimo de tempos pandêmicos, se estabelece como linguagem audiovisual e mostra que ainda tem (bastante) fôlego.
Vide o Festival Midrash de Teatro On-line, que começa no domingo (18), apresentando montagens teatrais 100% digitais até o dia 29 de julho. O curador Márcio Abreu selecionou vinte peças de diferentes vertentes e gêneros, de vários estados do Brasil. Algumas já nasceram on-line, outras migraram do modelo convencional para a internet.
Há peças-filme, experiências pelo Telegram e até podcasts.
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As apresentações são gratuitas, mas é possível contribuir, de forma consciente, para os artistas, fortemente afetados pela pandemia. O acesso, bem como a programação completa, é pela Sympla.
A abertura do festival fica a cargo de Denise Fraga, com a apresentação do monólogo Galileu e Eu – A Arte da Dúvida, no domingo (18), às 20h.
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Galileu Galilei: Denise Fraga leva para internet um dos textos mais importantes do teatro do século XXA atriz retorna ao célebre texto de Bertolt Brecht para criar novas pontes com o tempo presente. Um elogio ao conhecimento e ao valor da ciência, o ato de pensar e o saber reconhecidos como um dos maiores prazeres humanos, imprescindíveis para a construção da verdade e evolução da sociedade.
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Na quinta (22), Gustavo Rodrigues encena a peça 27’s, que investiga a lendária coincidência de ídolos de rock mortos aos 27 anos de idade. Em cena, o ator interpreta um famoso roqueiro fictício, cuja vida por pouco não se encerra nessa mesma idade.
Ao longo do espetáculo, a trajetória emocional do personagem é atravessada pelas histórias de cinco de seus ídolos mortos aos 27 anos: Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse e Jim Morrison.
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No dia 26 de julho, Sara Antunes vai encenar Dora, monólogo baseado em correspondências da guerrilheira Maria Auxiliadora Lara Barcelos e sua mãe, Clélia Barcelos.
O encerramento do festival contará com a experiência on-line do Grupo Galpão Como Os Ciganos Fazem As Malas, em 29 de julho, por meio do aplicativo de mensagens Telegram. O texto foi escrito por Newton Moreno em trânsito, durante uma viagem, num voo, conexões e suas escalas, de São Paulo a Paris.
Um escritor viajante, atravessado pela impermanência, pela eterna busca do artista, inicia uma nova viagem. Em busca de uma história, de um personagem, de uma narrativa que lhe dê sentido e orientação.