Aberto há pouco mais de um mês, o tour intitulado Fla Experience, na sede do clube, na Gávea, vem se tornando um programa carioca típico, tal como são a ida à praia ou o passeio no Jardim Botânico, ali perto. Há alguns dias, por exemplo, o casal Rodrigo Veríssimo e Cássia Carvalho, moradores de Vitória, no Espírito Santo, passou uma tarde inteira ali. Eles viram os versos do hino (“Uma vez Flamengo/ sempre Flamengo”) escrito nas escadas e ficaram minutos a fio admirando a estátua de Zico. “Aqui podemos presenciar a história”, diz o engenheiro, que curtiu as telas interativas e a simulação do vestiário da final do título mundial, em 1981. Mas o auge acontece quando se entra em uma grande sala revestida de grama sintética onde estão as taças das maiores conquistas.
Dentro do conceito “turismo de clube”, a nação rubro-negra se junta a tricolores e botafoguenses, que há anos já vêm promovendo visitas a suas salas de troféus e outras dependências. E também entrou na onda o Maracanã, casa de torcidas de todas as cores, que em 2012 voltou a badalar seu museu, com relíquias como a bola do milésimo gol de Pelé, feito num jogo do Santos contra o Vasco, em 1969.
É justamente o time da Cruz de Malta o único dos grandes que ainda não conta com esse tipo de atração. Mas não por muito tempo. Conversas com a empresa Futebol Tour já foram iniciadas, e a ideia é explorar o Estádio de São Januário. “Estamos bolando ações como levar ídolos para jogar bola com os torcedores”, diz o sócio-diretor Carlos Zuccolo. O setor tem tudo para prosperar. Brasileiros não gastam milhões nas lojinhas do Camp Nou, em Barcelona, ou de Wembley, em Londres? Pois os cariocas também vão percebendo que esse filão pode ser altamente rentável.