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Flup 10 anos: Emicida e Djamila Ribeiro estão entre os destaques

Festa Literária das Periferias tem primeira batalha de poesia indígena mundial e extensa programação on-line, com convidados nacionais e internacionais

Por Kamille Viola
Atualizado em 21 out 2021, 21h01 - Publicado em 21 out 2021, 20h06
O cantor Emicida de paletó listrado marrom. Ele usa cabelo black power. Ao fundo, uma parede de tijolos com algumas plantas penduradas.
Emicida: rapper é um dos debatedores da 13ª edição da FLUP (Wendy Andrade/Divulgação)
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Da favela para o mundo — e vice-versa. No ano em que comemora 10 anos, a Festa Literária das Periferias (Flup) realiza programação presencial e on-line, com destaque para a participação de autores indígenas, em dois slams, jovens de escolas públicas e mesas com convidados de diversas partes do Brasil e do mundo. Emicida, Djamila Ribeiro, o escritor angolano Ondjaki e a escritora marfinense Tanella Boni são alguns dos convidados. Também haverá uma homenagem de Maria Bethânia ao letrista Aldir Blanc, morto em 2020 de covid-19.

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Um dos criadores e curador da Flup, Júlio Ludemir conta que, quando surgiu a ideia de fazer um evento literário desse porte na favela, mesmo pessoas que familiarizadas com o universo das periferias duvidam que isso fosse possível, assim como duvidavam do potencial dos escritores da favela. Uma década depois, o cenário mudou. “Aquilo que era totalmente impossível hoje não apenas é possível como virou um objeto de desejo. Não existe a menor possibilidade de um festival literário ou uma empresa de comunicação que não traga esse devir periférico negro. Isso a Flup entendeu em 2012. Nosso autor homenageado em 2012 foi Lima Barreto. Em 2014, Abdias Nascimento“, exemplifica. 

A maratona de painéis online será exibida pelo YouTube e o Facebook da Flup de 30 de outubro a 8 de novembro, e terá 11 mesas. Entre elas, Rimas transatlânticas, que vai reunir Emicida e o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, Tudo que aprendi com as mais-velhas na cozinha de minha casa, com Djamila Ribeiro e a escritora marfinense Tanella Boni, Todo mundo é griot, mesmo quem não é griot, com Ondjaki e Raquel Lima, e Diálogo de surdos, com o poeta paulista Leo Castilho e a poeta francesa Djenebou Bathaly. Também haverá uma homenagem a Aldir Blanc, com Maria Bethania recitando letras do artista.

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Outro destaque são os três slams (batalhas de rimas) desta edição. O Slam Coalkan, uma parceria com o Tifa – Toronto International Festival of Authors, do Canadá, é primeiro slam indígena mundial e vai acontecer nos dias 30 e 31 de outubro, na favela da Babilônia. Oito poetas da América do Sul vão dividir a cena com oito slamers da América do Norte.

O Slam Abya Yala — que, na língua do povo Kuna, significa Terra Madura e é como intelectuais e ativistas dos povos originários chamam a América — vai reunir campões dos slams realizados em 14 países das Américas e acontecerá na Laje da Aquarela do Leme, na Babilônia. Os vencedores vão participar da Copa do Mundo de Poesia, em setembro, na Bélgica.

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Já o Slam Esperança faz reunir jovens de escolas públicas do ensino médio de sete estados. A homenageada é Esperança Garcia, reconhecida como a primeira mulher negra autora de um texto no Brasil, e eles foram incentivados a escrever sobre mulheres negras. O encerramento acontece dia 8 de novembro em São Paulo, na Pinacoteca, junto da finalização da exposição Enciclopédia negra. A Flup vai publicar um cordel com os poemas dos finalistas.

No dia 7 de novembro, data do aniversário de dez anos da Flup, acontece a segunda edição do Prêmio Ecio Salles, que este ano vai homenagear dez pessoas fundamentais para que a festa literária tenha sobrevivido a todos os desafios que enfrentou até aqui.

Além disso, a Bienal do Rio, em dezembro, irá celebrar a festa literária com a sessão Flup: Da periferia para o centro, do centro para a periferia, com a participação da cineasta Yasmin Thayná, o escritor Jesse Andarilho, a poeta Monique Nix e o escritor Rodrigo Santos.

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Programação:
Flup RJ – YouTube
Facebook.com/FlupRJ
www.flup.net.br

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