O Grupo Corpo, um dos mais importantes coletivos de dança do país, está completando 46 anos de estrada. Já que o momento não favorece a estreia de espetáculos ou até mesmo excursões pelo país, a celebração, por enquanto, fica restrita ao streaming.
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Durante todo o mês de abril, o Curta!On — clube de documentários do canal Curta! na plataforma NOW levará ao streaming quatro bem-sucedidos espetáculos da companhia e um documentário sobre os primeiros anos do grupo mineiro.
Entre as apresentações escolhidas na homenagem estão 21, de 1992, Onqotô, que estreou em 2005, Sem Mim, de 2011 e Lecuona, que iniciou temporada em 2004.
Depois de atuar por dez anos com temas musicais pré-existentes, em 21 a companhia mineira voltou a trabalhar com música especialmente composta para a performance. As partituras foram criadas por Marco Antônio Guimarães e o coreógrafo Rodrigo Pederneiras criou uma escritura coreográfica cujo pulso, ou impulso, é de transpiração matemática.
Em Lecuona, o Grupo Corpo rende-se à genialidade do maior ícone da música cubana, o pianista Ernesto Lecuona, e decidiu abrir uma exceção à regra estabelecida em 1992, de só trabalhar com trilhas exclusivas. Os casais se sucedem decantando paixões, seguindo roteiros que vêm tanto do romantismo mais desbragado quanto do realismo sem máscara de cada um de nós.
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Onqotô se debruça sobre a pequenez do homem diante da vastidão do universo. Assinada por Caetano Veloso e José Miguel Wisnik, a trilha sonora tem como ponto de partida uma bem-humorada discussão sobre a paternidade do universo. Na coreografia, verticalidade e horizontalidade, caos e ordenação, volume e escassez se contrapõem e se superpõem com as músicas.
O mar (de Vigo), que leva e traz de volta o amado, o amigo, é o que dá vida e movimento a Sem Mim. O balé é embalado pela trilha original urdida a quatro mãos pelo espanhol Carlos Núñez e o brasileiro José Miguel Wisnik, a partir do único conjunto de peças do cancioneiro profano medieval galego-português que chegou aos nossos dias.
Já o filme Documentário Histórico de Maria Maria até Missa do Orfanato, também disponível no streaming, conta os primeiros 15 anos de existência do Grupo Corpo.
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A propósito, em 2021 completa-se 45 anos do sucesso Maria Maria — espetáculo que contou com música original de Milton Nascimento e ficou uma década em cartaz. Liderado pelos irmãos Pederneiras — Rodrigo, o coreógrafo, e Paulo, o diretor artístico —, o Grupo Corpo se tornou referência no cenário da dança brasileira e conquistou reconhecimento internacional. Durante três anos, entre 1996 e 1999, a companhia fez residência em Lyon, na França, quando exibiu algumas de suas criações coreográficas em terras europeias.
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Com 40 espetáculos criados até hoje, a companhia já se apresentou em países como Islândia, Coreia do Sul, Líbano, Estados Unidos, Cingapura, Itália, França, Japão, entre muitos outros.