Ernesto Nazareth foi definido por Villa-Lobos como a verdadeira encarnação da alma musical brasileira. Autor que ajudou a formar a música popular brasileira. Entre polcas, tangos e valsas, o pianista e compositor transportou para a música a vida no fim do Império e início da República no Rio de Janeiro.
Como parte dos 150 anos de nascimento de Nazareth, completados no ano passado, o Instituto Moreira Salles detentor do acervo do músico oferece ao público gratuitamente partituras inéditas de 18 arranjos para dois pianos feitos por Radamés Gnattali na década de 1950.
Um dos mais conhecidos arranjadores de sua época, Radamés foi um dos primeiros intérpretes a gravar em LP a obra de Nazareth. No disco intitulado Ernesto Nazareth, lançado pela Continental em 1953, ele registrou oito faixas com criações para piano e orquestra de cordas.
Quem quiser conferir os arquivos eles estão disponíveis no site do projeto do IMS, no link. Entre eles estão os tangos Fon-fon, Odeon, Nenê e Carioca, além da valsa Confidências e Gotas de Ouro, e da polca Ameno Rosedá.
Alexandre Dias, coordenador do site Ernesto Nazareth 150 anos e responsável, com o arranjador Paulo Aragão, pela revisão das partituras, define a importância da obra. “Estes arranjos representam o que há de melhor em termos de escrita pianística, equilibrando os pianos de maneira excepcional. As músicas de Nazareth são potencializadas e elevadas a novos patamares”.