Romance virtual
Texto e interpretações bem-humorados são os trunfos da comédia romântica Inbox
AVALIAÇÃO ✪✪✪
Talvez para se distanciar da fama de comediante, Gregório Duvivier definiu Inbox como um drama. No entanto, seu primeiro texto teatral, escrito em parceria com a namorada, Clarice Falcão, está mais para comédia romântica – e esta é uma boa notícia. No palco, a romancista Clara (Maria Eduarda) é assediada, através do correio eletrônico, por um fã que assina apenas John (Duvivier). Em crise criativa, e vivendo momentos de insatisfação ao lado do marido, ela dá corda ao estranho em bate-papos na internet. A trama lembra a do livro Nunca Te Vi, Sempre Te Amei, levado ao cinema em produção estrelada por Anne Bancroft e Anthony Hopkins. Na obra, a escritora americana Helene Hanff conta sobre a correspondência que trocou por duas décadas com o dono de um sebo em Londres.
Cartas que demoram a chegar dão lugar a uma veloz troca de mensagens. Distantes na história, os personagens compartilham a mesa e a geladeira do cenário. Para marcar a vez de cada um no chat, são usadas campainhas de balcão. Maria Eduarda faz seu papel de forma bastante divertida, enquanto Gregório, curiosamente, sobressai pela versatilidade: chega a tocar piano ao longo da sessão. Atriz tarimbada, a diretora Bel Garcia deixa a dupla à vontade, levando à cena objetos antiquados que fazem curiosa oposição à modernidade do contexto. Os esforços do trio, aliados a um texto de humor contemporâneo, resultam em um espetáculo agradável e despretensioso.
Inbox (60min). 12 anos. Estreou em 30/7/2011. Centro Cultural Justiça Federal (142 lugares). Avenida Rio Branco, 241, Centro, ☎ 3261-2550. → ? Cinelândia. Sexta a domingo, 19h. R$ 20,00. Bilheteria: a partir das 15h (sex. a dom.). Até 18 de setembro.