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Artista do Chapadão, Jota abre mostra com todas as peças vendidas

Até o ano passado, Johny Alexandre Gomes, 20, trabalhava como ajudante de pedreiro e teve obras expostas na ArtRio

Por Marcela Capobianco
10 set 2021, 13h31
Artista Jota, de regata preta, postando na frente de suas pinturas
Jota: artista de 20 anos trabalhava com ajudante de pedreiro até o ano passado (./Divulgação)
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Até o ano passado, Johny Alexandre Gomes, 20, trabalhava como ajudante de pedreiro. Hoje, ele desponta como um dos mais interessantes artistas plásticos da nova geração. Inclusive, peças criadas por ele estiveram na ArtRio de 2020 e chamaram a atenção da idealizadora da feira, Brenda Valansi.

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Pintura de Jota mostra jovens negros debaixo de uma tenda colorida, numa roda de samba
Jota: artista do Chapadão gosta de pintar jovens negros de favelas (./Divulgação)

“Um colega de escola me incentivou e disse que, um dia, eu ia ficar famoso. Gosto de pintar as situações que um adolescente negro vive na favela, para gerar identificação”, conta o jovem.

Nascido e criado no Complexo do Chapadão, Zona Norte da cidade, trilha o caminho do artista Maxwell Alexandre, 30, que mesmo alçado ao panteão da arte contemporânea internacional segue vivendo e trabalhando na favela da Rocinha, Zona Sul.

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A primeira exposição de Jota, Eu Vim de Lá, foi aberta no dia 4 de setembro, no Atelier MT, na Lapa, com um detalhe: todas as 25 telas expostas já estão vendidas.

Pintura de Jota mostra casal negro na praia, de costas
Jota: cotidiano presente em suas obras (./Divulgação)
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A grande virada na vida de Jota aconteceu quando ele foi descoberto pelo MT Projetos de Arte, plataforma que apoia jovens artistas e veteranos pouco lembrados por curadores e galerias.

A curadoria é de Pablo de La Barra, que comanda a área voltada à América Latina no museu Guggenheim.

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Assim como Jota, o MT Projetos de Arte apoia outros dois artistas que estão na ArtRio 2021: a travesti Rafa Moreira terá um estande próprio dentro da feira e integra a primeira mesa redonda composta por curadores e artistas trans. Rafa pinta, sobre vidro, retratos de travestis de Belém, no Pará, sua cidade natal.

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Já Gervane de Paula, único negro da famosa geração 80 e que, mesmo tendo obras que integram museus e acervos importantes, como a coleção Gilberto Chateaubriand, nunca foi representado por nenhuma galeria.

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Rua Gomes Freire, 242, Lapa. Agendamento pelo mtprojetosdearte@gmail.com. Até 3 de outubro.

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