Até o ano passado, Johny Alexandre Gomes, 20, trabalhava como ajudante de pedreiro. Hoje, ele desponta como um dos mais interessantes artistas plásticos da nova geração. Inclusive, peças criadas por ele estiveram na ArtRio de 2020 e chamaram a atenção da idealizadora da feira, Brenda Valansi.
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“Um colega de escola me incentivou e disse que, um dia, eu ia ficar famoso. Gosto de pintar as situações que um adolescente negro vive na favela, para gerar identificação”, conta o jovem.
Nascido e criado no Complexo do Chapadão, Zona Norte da cidade, trilha o caminho do artista Maxwell Alexandre, 30, que mesmo alçado ao panteão da arte contemporânea internacional segue vivendo e trabalhando na favela da Rocinha, Zona Sul.
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A primeira exposição de Jota, Eu Vim de Lá, foi aberta no dia 4 de setembro, no Atelier MT, na Lapa, com um detalhe: todas as 25 telas expostas já estão vendidas.
A grande virada na vida de Jota aconteceu quando ele foi descoberto pelo MT Projetos de Arte, plataforma que apoia jovens artistas e veteranos pouco lembrados por curadores e galerias.
A curadoria é de Pablo de La Barra, que comanda a área voltada à América Latina no museu Guggenheim.
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Assim como Jota, o MT Projetos de Arte apoia outros dois artistas que estão na ArtRio 2021: a travesti Rafa Moreira terá um estande próprio dentro da feira e integra a primeira mesa redonda composta por curadores e artistas trans. Rafa pinta, sobre vidro, retratos de travestis de Belém, no Pará, sua cidade natal.
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Já Gervane de Paula, único negro da famosa geração 80 e que, mesmo tendo obras que integram museus e acervos importantes, como a coleção Gilberto Chateaubriand, nunca foi representado por nenhuma galeria.
Rua Gomes Freire, 242, Lapa. Agendamento pelo mtprojetosdearte@gmail.com. Até 3 de outubro.