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Paz sem voz não é paz: Marcelo Yuka é homenageado em grafite na Tijuca

Músico e ativista político foi um ilustre morador do bairro. Projeto do coletivo Faz na Praça foi executado pelo artista urbano Cazé

Por Marcela Capobianco
Atualizado em 29 abr 2021, 12h29 - Publicado em 29 abr 2021, 12h16
Mural em tons de vermelho com rosto de Marco Yuka e elementos como sinal de transito e menino que vende bala na rua
Paz sem voz: Marcelo Yuka ganha destaque em mural de grafite na Tijuca (Faz na Praça/Divulgação)
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O músico e ativista político Marcelo Yuka, um dos fundadores da banda O Rappa, foi homenageado em um grande mural de grafite na Rua Uruguai, na Tijuca, Zona Norte da cidade. A obra fica na lateral de uma oficina, perto da esquina com a Avenida Maracanã.

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O projeto é do coletivo Faz na Praça, famoso por comandar atividades e ocupações artísticas na Grande Tijuca. O mural, que será inaugurado na tarde desta quinta (29), é assinado pelo grafiteiro Cazé, integrante da iniciativa Negro Muro, que exalta personalidades pretas através de grandes murais de arte urbana. Um dos últimos produzidos por ele no projeto foi uma homenagem a Pixinguinha, em uma empena na Lapa.

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Yuka foi um ilustre morador do bairro e viveu na Rua Uruguai até o fim da vida, em janeiro de 2019. “Quando eu comecei a grafitar, vi um mural em homenagem a ele no Jardim Botânico, feito pelo Acme. Na época, o Yuka já era uma referência para o ativismo urbano. Volta e meia ele aparecia nos encontros de grafiteiros, dava muita força para a gente. Pintá-lo foi muito importante para mim. A história dele é inspiradora…Foi um lutador, resistiu a balas, literalmente, e se reinventou através da arte”, conta Cazé.

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O mural é inspirado na capa do disco Lado B Lado A’, lançado em 1999 pelo Rappa e traz os célebres versos “Paz sem voz não é paz, é medo”, da música Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero), além de figuras urbanas, como um menino vendedor de balas, uma bola de futebol, uma lata de spray e um sinal de trânsito com um par de tênis pendurados. Elementos surrealistas também estão presentes no mural, como um percussionista com cabeça de megafone e um menino – que lembra as crianças que se apresentam em cruzamentos para ganhar uns trocados – com uma cabeça de jacaré.

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