Após dez anos sem fazer novela, Maria Fernanda Cândido está de volta ao horário nobre. E com direito a polêmica: a atriz viverá uma mulher da alta sociedade, tradicionalista, que não aceita a filha transexual em A Força do Querer, a próxima das 9. “Não se trata de catequizar o telespectador, nem de forçar ninguém a nada. A novela apenas discute o tema, não tem a função de fornecer respostas”, afirma a artista, que falou a VEJA RIO.
Você teve receio de voltar às novelas com um assunto polêmico como esse? Não, acho a discussão sobre a transexualidade muito válida. Tem gente que vai entender e se identificar com a personagem, enquanto outras pessoas vão odiá-la. Só não sei se estou preparada para levar puxão de cabelo na rua.
Você já tocou nesse assunto com seus filhos? Não dá para esconder das crianças. Com a internet, elas têm acesso a tudo. E, digo mais, hoje os pequenos lidam com as informações de maneira surpreendentemente positiva. Na minha infância, menina só brincava de boneca e menino de carrinho, mas hoje não existe mais essa demarcação.
E se fosse você a mãe de uma menina ou menino transgênero? Os pais sempre querem o caminho mais suave possível para os filhos, com menos obstáculos. O que não significa que não os apoiaremos nas adversidades.
Você também está no ar na TV Cultura com o programa Terra Dois, que discute questões contemporâneas. O que mais a incomoda nos dias de hoje? Vivemos a cultura do medo. Respiramos e vivemos com esse sentimento. O que a gente ensina aos nossos filhos? Tenha medo. Ande com o vidro fechado, não volte para casa tarde, tome cuidado com o que você come.
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