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Quem foi Maria Firmina dos Reis, a grande homenageada da Flip 2022

Filha de uma escravizada alforriada, maranhense escreveu o primeiro romance publicado por uma mulher no Brasil e é pioneira na literatura abolicionista

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
28 out 2022, 17h09
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  • A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) anunciou sua próxima edição, que acontece entre 23 e 27 de novembro e celebra os 20 anos do evento, tem como homenageada a escritora maranhense Maria Firmina dos Reis (1822-1917).

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    Nascida no Maranhão, filha de uma mulher negra alforriada, foi professora de primeiras letras, tendo sido primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no estado para o cargo. Também fundou pela primeira vez uma sala de aula mista, de meninos e meninas, algo que era inadmissível para a época.

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    Em 1859, lançou o livro Úrsula, apontado como o primeiro romance publicado por uma mulher no Brasil. É também um dos precursores da literatura abolicionista no país. Sua forma de retratar mulheres e negros confronta a mentalidade da época. Na primeira edição, assinou como o pseudônimo “Uma Maranhense”.

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    O romance fala do amor entre duas pessoas brancas, a mocinha Úrsula, de família pobre, e Tancredo, de família rica. Porém, pouco a pouco um trio de personagens negros ganha importância na trama. Túlio é um homem bom que salva a vida de Tancredo e tem sua liberdade devolvida por ele. Susana foi retirada da África, separada da família e testemunhou atrocidades no navio negreiro. Antero era um velho guardião que, agora escravizado, trabalha sem descanso e encontrou na bebida uma forma de suportar os dias.

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    Maria Firmina tinha uma participação intensa na intelectualidade maranhense, tendo publicado na imprensa local, lançado livros e participado de antologias, além de ter sido musicista e compositora. Maria Firmina dos Reis morreu aos 95 anos na cidade de Guimarães (MA), onde morou desde criança.

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    Não se conhece seu rosto, já que não deixou retratos nem pinturas. Úrsula foi bem recebido na época, mas após sua morte caiu no esquecimento. Nos últimos anos, sua importância e píoneirsmo vêm sendo cada vez mais difundidos.

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    Mesas em homenagem a Maria Firmina dos Reis na Flip:

    Quarta, 23 de novembro, às 20h

    Mesa 1: Pátrios lares

    Com especialistas na obra da autora e do período em que ela produziu, o painel pretende provocar um debate produtivo sobre gêneros literários, abolicionismos e a história do Brasil.

    Convidados:

    Ana Flávia Magalhães Pinto (DF)

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    Fernanda Miranda (BA)

    Midria (SP)

    Quinta, 24 de novembro, às 10h

    Mesa 2: Minha Liberdade

    Trata-se do encontro de intelectuais que pesquisam a literatura brasileira e o período em que Maria Firmina dos Reis atuou. Em diálogo, eles podem nos ajudar a entender de que forma a produção da autora contribui para o pensamento sobre o Brasil, sobretudo a partir da Independência.

    Convidados:

    Lilia Schwarcz (SP)

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    Eduardo de Assis Duarte (MG)

    A programação principal completa da Flip está no site do evento.

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