A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) anunciou sua próxima edição, que acontece entre 23 e 27 de novembro e celebra os 20 anos do evento, tem como homenageada a escritora maranhense Maria Firmina dos Reis (1822-1917).
+ Uma viagem pelo maior parque de dinossauros do mundo, em Miguel Pereira
Nascida no Maranhão, filha de uma mulher negra alforriada, foi professora de primeiras letras, tendo sido primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no estado para o cargo. Também fundou pela primeira vez uma sala de aula mista, de meninos e meninas, algo que era inadmissível para a época.
Em 1859, lançou o livro Úrsula, apontado como o primeiro romance publicado por uma mulher no Brasil. É também um dos precursores da literatura abolicionista no país. Sua forma de retratar mulheres e negros confronta a mentalidade da época. Na primeira edição, assinou como o pseudônimo “Uma Maranhense”.
+ Últimos dias: exposição imersiva de Van Gogh termina na próxima semana
O romance fala do amor entre duas pessoas brancas, a mocinha Úrsula, de família pobre, e Tancredo, de família rica. Porém, pouco a pouco um trio de personagens negros ganha importância na trama. Túlio é um homem bom que salva a vida de Tancredo e tem sua liberdade devolvida por ele. Susana foi retirada da África, separada da família e testemunhou atrocidades no navio negreiro. Antero era um velho guardião que, agora escravizado, trabalha sem descanso e encontrou na bebida uma forma de suportar os dias.
+ Doces ou travessuras? Onde levar a criançada para curtir o Halloween
Maria Firmina tinha uma participação intensa na intelectualidade maranhense, tendo publicado na imprensa local, lançado livros e participado de antologias, além de ter sido musicista e compositora. Maria Firmina dos Reis morreu aos 95 anos na cidade de Guimarães (MA), onde morou desde criança.
+ Jack Johnson anuncia show no Rio em janeiro de 2023
Não se conhece seu rosto, já que não deixou retratos nem pinturas. Úrsula foi bem recebido na época, mas após sua morte caiu no esquecimento. Nos últimos anos, sua importância e píoneirsmo vêm sendo cada vez mais difundidos.
Mesas em homenagem a Maria Firmina dos Reis na Flip:
Quarta, 23 de novembro, às 20h
Mesa 1: Pátrios lares
Com especialistas na obra da autora e do período em que ela produziu, o painel pretende provocar um debate produtivo sobre gêneros literários, abolicionismos e a história do Brasil.
Convidados:
Ana Flávia Magalhães Pinto (DF)
Fernanda Miranda (BA)
Midria (SP)
Quinta, 24 de novembro, às 10h
Mesa 2: Minha Liberdade
Trata-se do encontro de intelectuais que pesquisam a literatura brasileira e o período em que Maria Firmina dos Reis atuou. Em diálogo, eles podem nos ajudar a entender de que forma a produção da autora contribui para o pensamento sobre o Brasil, sobretudo a partir da Independência.
Convidados:
Lilia Schwarcz (SP)
Eduardo de Assis Duarte (MG)
A programação principal completa da Flip está no site do evento.