Com seu vasto conteúdo e uma vaga em universidade de primeira linha em jogo, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode provocar reações bem mais complicadas do que um frio na barriga na hora de fazer a prova. Não são raros os casos de estudantes que sucumbem à pressão e acabam desenvolvendo transtornos como ansiedade. Especialistas no tratamento de problemas psiquiátricos informam que jovens têm consumido clandestinamente medicamentos para tentar obter melhor desempenho. “O estudante precisa entender que a prova vai testar aquilo que ele sabe. Se eventualmente houver questões de matérias ou assuntos nos quais ele tem mais dificuldade, não poderá ficar desesperado, mesmo porque nada vai fazer com que ele passe a saber mais de uma hora para outra”, diz a psiquiatra Analice Giglioti, diretora da clínica Clif.
Entre adolescentes cariocas, tornou-se popular o mito de que substâncias como o metilfenidato, a popular Ritalina, indicada para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ajudam a melhorar o desempenho. Como se trata de produtos controlados, os estudantes costumam recorrer a colegas com TDAH que tomam o remédio, que por sua vez passam a dividir — e até a vender — os comprimidos. “É um medicamento que exige extremo cuidado no uso, requer acompanhamento e pode ter efeitos colaterais e consequências indesejáveis”, alerta a psiquiatra.
Para aplacar a síndrome da tensão pré-prova, uma indicação bem mais certeira — e lícita — é praticar meditação e variantes como a atenção plena. Economista, Renata Bucair descobriu o método quando se preparava para o vestibular. Hoje está à frente da empresa Be.Lieve, que orienta jovens e adultos na busca por equilíbrio e autoconfiança. “Com a mente treinada, somos capazes de melhorar a atenção, a aprendizagem e a memória”, diz. Sem contar que a meditação pode ser usada em outros desafios, como as provas da faculdade.