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Museu da República vai abrigar acervo sagrado da umbanda e candomblé

Coleção de 519 peças foi apreendida pela polícia na virada do século XIX para o XX e estava armazenado em caixas no Museu da Polícia há mais de vinte anos

Por Marcela Capobianco
Atualizado em 15 jun 2021, 18h39 - Publicado em 15 jun 2021, 12h56
Mãe de Santo, acompanhada de um homem em trajes africanos, entrando no Museu da República
Museu da República: Mãe Meninazinha de Oxum comemora transferência do acervo para a instituição federal (Elisângela Leite/Divulgação)
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Apreendidos pela polícia do Rio de Janeiro entre entre o fim do século XIX e o início do século XX, 519 objetos sagrados de religiões de matriz africana serão integrados à coleção permanente do Museu da República, no Catete.

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Conhecido como Acervo Nosso Sagrado, o conjunto permaneceu por quase um século no Museu da Polícia do Estado do Rio. A cessão definitiva para a instituição federal acontece no próximo sábado (19), no Ilê Omolu Oxum, tradicional casa de axé em São João de Meriti.

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Os importantes objetos do candomblé e da umbanda, como instrumentos musicais, fios de contas, imagens de santos católicos, tambores, atabaques e roupas ritualísticas estavam guardados em caixas no Museu da Polícia desde 1999, com acesso vetado ou muito restrito de pesquisadores e aos integrantes de religiões afrobrasileiras.

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“Agora, a coleção Nosso Sagrado ganha nova vida, encarna novos sentidos e significados, projeta-se mais viva e mais livre num futuro que há de trazer mais conhecimento, mais pesquisa, mais ações educacionais e mais força para combater o racismo religioso”, garante Mário Chagas, diretor do Museu da República.

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O primeiro conjunto reunia 126 peças que, em 1938, foram tombadas pelo então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual Iphan. Para a principal liderança do Movimento, Mãe Meninazinha de Oxum, a recuperação do acervo já faz parte da história do Brasil e merece ser comemorada.

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“Estou muito feliz e orgulhosa com a vitória do povo de axé, depois de tanta luta para termos o nosso sagrado tratado com o respeito que merece. Demos um grande passo no combate à intolerância religiosa, que sofremos historicamente”, celebra a dirigente do Ilê Omolu Oxum.

Como o Museu da República ainda está fechado à visitação pública por causa da pandemia, ainda não há data para que o acervo comece a ser exposto.

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