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Ney Latorraca: ‘Torço para que Regina Duarte escale técnicos competentes’

Ator, que completa 55 anos de carreira, estreia em abril comédia musical Seu Neyla, que passeia pela própria trajetória pessoal e profissional

Por Marcela Capobianco
Atualizado em 3 mar 2020, 14h37 - Publicado em 2 mar 2020, 20h20
Ney Latorraca: ator estrelará peça em que revive a própria trajetória  (Markos Fortes/Divulgação)
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“Não sou unanimidade, mas sei que muita gente no Brasil me ama”. Foi assim que o ator Ney Latorraca apresentou a nova peça, que estreia em abril no Rio: Seu Neyla. A comédia musical, escrita por Heloisa Périssé, vai contar com apenas cinco atores no palco e fará uma grande homenagem a Latorraca, que tem 75 anos de idade e 55 de carreira. O espetáculo tem direção de José Possi Neto e passeia por trechos da vida e da carreira do artista. A temporada está prevista para começar no dia 3 de abril, no Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea.

O vigor ainda é o mesmo do início da carreira. Ney se diz uma pessoa tensa, e afirma só relaxar ao voltar da caminhada diária na Lagoa e tomar um bom banho. Ele anda preocupado com os rumos da cultura brasileira, mas aposta que Regina Duarte, atriz que tomará posse na secretaria de cultura nesta quarta-feira (4), fará um bom trabalho. “A ex-namoradinha do Brasil vai ter que mostrar a que veio. É um trabalho muito difícil, espero que ela seja apoiada por técnicos competentes, que entendam de arte. São muitos problemas para lidar. A Ancine, por exemplo, está parada… Isso não pode acontecer, senão voltaremos à epoca do Collor, quando ele decretou o fim da Embrafilme. Os atores só podiam filmar comerciais naquela época”, relembra.

Sobre os retrocessos do atual governo em relação à cultura, Latorraca dispara sobre a censura e faz uma reflexão sobre resistência. “Acho que está pior agora. Por incrível que pareça, porque na época da Ditadura Militar a censura era oficial. Hoje em dia, ela age de forma velada. Mas, como diz (o diretor de teatro) José Celso Martinez Corrêa, a única forma de reagir é trabalhando. Se precisar, viro estátua viva no meio da rua, recebendo moedinha dos pedestres para me mexer. Temos que mostrar o nosso trabalho e não nos entregar à mediocridade”, afirma.

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