Durante os 60 anos em que foi habitada pelo jornalista que hoje dá nome ao centro cultural, a Casa Roberto Marinho recebeu peças de teatro, apresentações musicais, saraus literários e projeções de filmes. Em homenagem a essa efervescência cultural, a partir deste domingo (11) o espaço recebe a exposição Alegria Aqui é Mato – 10 Olhares Sobre a Coleção Roberto Marinho.
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Dez personalidades, de diversas áreas, foram convidadas a estudar o acervo, que reúne 1.400 itens, para selecionar obras para a mostra. Fernanda Montenegro, Adriana Calcanhotto, Paulinho da Viola, o cineasta Antonio Carlos da Fontoura e o fotógrafo Walter Carvalho são alguns desses nomes. Cada um organizou uma sala a partir de peças da coleção, resultando em cerca de 200 obras na exibição.
O título da exposição veio de uma foto de Hart Preston, do carnaval de 1942, em que um folião traz um cartaz com a frase: “Tristeza aqui é mato”. A imagem faz parte da seleção do designer Victor Burton. Os artistas plásticos Gabriela Machado, José Damasceno e Marcos Chaves, e o arquiteto Glauco Campello completam o time de curadores. A curadoria geral é de Lauro Cavalcanti, diretor da Casa Roberto Marinho.
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Calcanhotto escolheu trabalhos de mulheres, expostos na sala Perigosas Motoristas. São artistas de diferentes estilos e gerações, como Maria Martins, Anita Malfatti, Beatriz Milhazes, Ione Saldanha e Tomie Ohake. O título vem de um texto duro do crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em 1957, sobre a escultora Maria Martins: “Maria avança de olhos fechados e sem olhar os sinais. Perigosa motorista.”
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Paulinho da Viola conta que, na época do show Rosa de Ouro (1965), dirigido por Herminio Bello de Carvalho, começou a ter interesse pelas artes plásticas. O cantor e compositor conheceu Ferreira Gullar, que o apresentou a alguns nomes do gênero, e ele inclusive chegou a assistir a algumas aulas de Fayga Ostrower.
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O sambista selecionou obras de Jose Pancetti, Emiliano Di Cavalcanti (Casal de Caboclos, 1960), Antonio Bandeira (A Grande Cidade, 1961), Iberê Camargo (Signo Vermelho nº 14, 1978), Heitor dos Prazeres e Salvador Dalí (Ora Pro Nobis), entre outros.
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Já Fernanda Montenegrou foi a única entre os convidados a escolher somente uma peça do acervo, uma grande tela do baiano Genaro de Carvalho (1926-1971): O Equilibrista, de 1949, que tem o circo como tema. Para complementar, a grande dama do teatro brasileiro gravou um vídeo inédito sobre o ofício do artista, em que destaca a fugacidade do ato teatral em contraposição à eternidade do artista, que é “resiliente e indestrutível”.
Instituto Casa Roberto Marinho. Rua Cosme Velho, 1.105. Ter. a dom., 12h/18h (entrada até às 17h15). A R$ 5,00 a R$ 10,00. Grátis às quartas. Domingo, ingresso família a R$ 10,00 para grupos de até quatro pessoas. Ingresso no local.
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