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Novos hotéis abrem as portas na cidade até o fim do ano

Retardatários na expansão do setor, empreendimentos que perderam os Jogos Olímpicos querem provar que a espera valeu a pena

Por Sofia Cerqueira
Atualizado em 2 jun 2017, 11h52 - Publicado em 2 dez 2016, 17h41
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  • É consenso entre cariocas e visitantes que um dos maiores ganhos do Rio com a Olimpíada foi a renovação da infraestrutura hoteleira. Para receber turistas, jornalistas e membros da chamada família olímpica, abriram as portas sessenta estabelecimentos novos em folha. Em meio ao furor de obras que engolfaram a cidade, uma leva de hotéis não ficou pronta a tempo. Pelo menos dezesseis empreendimentos viram a tocha passar e a multidão de milhares de clientes se dissipar com lobbies desertos e pedreiros onde deveriam estar camareiras, garçons e recepcionistas. Agora parte desses negócios se prepara para tirar o atraso surfando na onda do réveillon, do verão e do Carnaval, o auge da temporada turística da cidade. “Infelizmente tivemos atrasos nas obras, mas a demora acabou compensando. Conseguimos resgatar todas as características originais do conjunto desenhado por Oscar Niemeyer”, pondera Rui Manuel Oliveira, vice-presidente da rede espanhola Meliá no Brasil, responsável pela operação do renovado Hotel Nacional, com seus 34 andares e 417 suítes em frente ao mar de São Conrado, em operação a partir do dia 15.

    Uma rápida visita pelo Nacional comprova que a intervenção foi cuidadosa. Com sua inconfundível torre cilíndrica, o complexo arquitetônico dos anos 1970, tombado pelo Patrimônio Histórico e que passou mais de vinte anos fechado, teve a piscina recuperada, obras de arte restauradas (como o painel de Carybé no hall) e ganhou uma área fitness, um spa, bar, restaurante e um mirante no terraço. Com a proposta de ser um resort urbano, o complexo mesclará apartamentos executivos com unidades de luxo. Fechada em 1995, a estrutura exigiu investimento de 430 milhões de reais em sua recuperação. Ainda assim, as obras do anexo só devem acabar em um ano. Cercado por sucessivas gerações de estabelecimentos hoteleiros, a começar pelo nonagenário Copacabana Palace, o paulistano Emiliano chega atrasado, mas com muito estilo. A arrojada fachada de cobogós brancos retráteis que descortinam imensas janelas de vidro salta aos olhos na paisagem já vetusta da Avenida Atlântica. Com a abertura prevista para o dia 23, seus noventa quartos contarão com serviço de mordomo e luxos raros, como lençóis de algodão egípcio 500 fios, travesseiros de pluma de ganso vindos da Hungria e, no banheiro, assento japonês que, entre outras comodidades, pode ser aquecido ao gosto do cliente. “A ideia foi unir a sofisticação e a eficiência de nossos serviços à atmosfera casual do Rio”, diz Gustavo Filgueiras, sócio do empreendimento cuja matriz em São Paulo é pouso preferencial de celebridades como a modelo Gisele Bündchen.

    Hotel Nacional / Gran Meliá Nacional Rio
    Hotel Nacional / Gran Meliá Nacional Rio ()

    Em meio aos novatos que prometem uma profusão de mordomias, há unidades com propostas, digamos, mais simples, mas nem por isso menos estilosas. O que não falta ao Mama Shelter Rio, localizado em Santa Teresa, são predicados. O conceito do hotel, com apelo jovem, descolado e ao mesmo tempo confortável, foi desenvolvido por Serge Trigano, cofundador do Club Med, e contou com a concepção do designer Philip Stark. Em Santa Teresa, o hotel, aberto há poucas semanas, tem 55 quartos, ocupa dois casarões e oferece tarifas a partir de 299 reais. “A proposta é que a pessoa venha curtir o lugar, que terá shows e outras atrações”, explica Viviane Rizzatti, gerente do hotel. A segunda leva dos novos hotéis cariocas pode até ter perdido o bonde da maior celebração do esporte mundial, mas, agora que chegou, promete pôr a concorrência para se mexer. 

    Mama Shelter Rio
    Mama Shelter Rio ()
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