Pablo Sanábio firma seu nome no circuito teatral infantil
Ator e produtor idealizou três belos espetáculos para crianças nos últimos anos
Disse certa vez o grande dramaturgo italiano Luigi Pirandello: “Fazer teatro para crianças é igual a fazer teatro para adultos, só que mais difícil”. Aos 32 anos, o ator e produtor Pablo Sanábio tem vencido com sobras essa proverbial dificuldade. De sua mente inquieta saíram alguns dos maiores acertos recentes do circuito infantil — o último deles, Mas Por Quê??! — A História de Elvis, baseado no premiado livro do escritor e ilustrador alemão Peter Schössow, acabou de estender sua temporada no Theatro Net Rio. Antes disso, Sanábio idealizou outras duas deslumbrantes adaptações de livros para crianças (as quais, aliás, também protagonizou): O Menino que Vendia Palavras, de Ignácio de Loyola Brandão, encenado em 2011, e Fonchito e a Lua, do peruano Mario Vargas Llosa, no ano passado (confira detalhes abaixo).
Em comum entre elas (além das cinco estrelas recebidas nas avaliações de VEJA RIO) estão a fuga do tatibitate no tratamento de assuntos como amizade, amor e morte, a produção esmerada em cada detalhe e a ficha técnica repleta de nomes consagrados no teatro adulto. “Meus projetos nunca partem do princípio de que são só para crianças. São para todas as pessoas. Acho que tenho feito peças que falam sobre temas universais importantes para gente de todas as idades”, avalia.
Nascido em Juiz de Fora, Sanábio não tem artistas na família, mas manteve contato com o teatro desde a infância, levado pelos pais. Sua estreia no palco foi aos 10 anos, ainda em sua cidade natal, em uma montagem amadora do clássico infantil Maria Minhoca, de Maria Clara Machado. Radicado no Rio desde 2000, quando veio estudar teatro, ele vem se alternando entre trabalhos como ator e produtor, também em produções adultas, além de cinema e televisão. Mas o contato direto com plateias infantis, ele admite, tem um sabor especial: “A resposta dos pequenos espectadores é muito sincera e direta, o que deixa o teatro ainda mais vivo. É maravilhoso”. Pirandello, pelo visto, estava certo.