AVALIAÇÃO ✪✪✪
Para além de suas notáveis contribuições à arte do século XX, os mexicanos Frida Kahlo (1907-1954) e Diego Rivera (1886-1957) tornaram-se conhecidos pela vida a dois, repleta de episódios de infidelidade mútua, choques de personalidades e intercâmbios criativos. Esse conturbado e simbiótico relacionamento está no cerne do drama Frida y Diego, de Maria Adelaide Amaral. Na humanização do cânone, o texto sobrevoa de forma distanciada as questões ligadas à produção artística da dupla, pendendo um tanto demasiadamente para as discórdias causadas pelas traições do marido. Ainda que como pano de fundo para essas querelas, a dramaturgia compõe um painel de mais de duas décadas de convívio — passando pelas intermináveis dores de Frida, resultado de um acidente de bonde na juventude que a impediu de ter filhos, e pelos pendores comunistas de Rivera. A direção de arte de Marcio Vinicius, aliada à projeção de vídeos, e a música executada ao vivo por Wilson Feitosa (acordeão) e Mauro Domenech (contrabaixo) imprimem apropriada plasticidade e dinamizam a montagem. Sob direção de Eduardo Figueiredo, Leona Cavalli e José Rubens Chachá defendem com galhardia nuances de seus personagens: Frida, dona de uma extraordinária força por trás de sua fragilidade física, e Rivera, cujo egocentrismo não escondia sua íntima dependência da mulher (90min). 16 anos. Estreou em 8/1/2015.
Teatro Maison de France (353 lugares). Avenida Presidente Antonio Carlos, 58, Centro, ☎ 4003-2330. → Quinta a sábado, 20h; domingo, 19h. R$ 60,00 (qui. e sex.) e R$ 80,00 (sáb. e dom.). Bilheteria: a partir das 13h (qui. a dom.). Até o dia 29.