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Pela primeira vez no Rio, Cortejo Afro é atração da Casabloco

Festival carnavalesco acontece entre os dias 16, 17 e 21 a 24 de abril no Clube Monte Líbano, na Lagoa, com diversas atrações culturais

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 abr 2022, 13h33 - Publicado em 13 abr 2022, 17h04
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  • Conhecido por mesclar com exuberância música, dança e artes visuais, e amado por artistas como Regina Casé, Preta e toda a família Gil, vem aí o Cortejo Afro, que faz sua primeira apresentação em solo carioca no festival Casabloco.

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    Conduzido por Alberto Pitta e família, o bloco foi criado em 2 de julho de 1998, data da Independência da Bahia, na comunidade de Pirajá, no Parque São Bartolomeu, dentro de um terreiro de candomblé, o Ilê Axé Oyá. O que, segundo seus dirigentes, atesta toda a autenticidade e a força da cultura negra sob a inspiração e orientação espiritual da sacerdotisa Mãe Santinha, uma das mais respeitadas Mães de Santo da Bahia.

    “O que o Cortejo Afro faz pelas artes plásticas, pela música e pelo social é algo muito maior do que podemos sonhar. Alberto e Nivia Pitta, e todo mundo daquela casa, lá em Pirajá, são os maiores zeladores de tudo que a Bahia tem de bom. Fico muito feliz por ver a importância e a dimensão que o bloco alcançou”, explica Regina Casé, que acompanha o trabalho desde o início.

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    Em suas apresentações, o Cortejo Afro busca reafirmar os valores e os aspectos da cultura negra na Bahia, destacando o respeito à diversidade e resgatando as cores do carnaval baiano. Anualmente, o tradicional bloco baiano incorpora novos elementos visando o crescimento das comunidades do século XXI, por meio de intervenções artísticas e instalações estéticas, que despertam o interesse e a curiosidade do público.

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    “A partir dos conceitos usados nas artes plásticas é possível ousar, reforçar a importância de um bloco afro e o potencial para impactar o público durante a passagem do Cortejo Afro”, diz Alberto Pitta.

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    Animados com a participação na CasaBloco, o grupo baiano promete para o público carioca no sábado, dia 23 de abril, uma apresentação com roupas exuberantes e coreografias inspiradas na África, marcadas por uma trilha composta, além dos ritmos africanos, por batidas eletrônicas, músicas latinas e sucessos da MPB e do Pop.

    No repertório, composições da banda, releituras de canções de Caetano Veloso e Gilberto Gil e músicas de blocos históricos de Salvador, como Araketu, Olodum, Ilê Aiyê e do Afoxé Filhos de Gandhi. Apesar de nunca ter se apresentado no Rio, o Cortejo Afro tem uma longa história de apresentações no Brasil e no exterior, com shows na Alemanha, Argentina, Chile, Colômbia, França e Portugal.

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    Preta Gil destaca a enorme relevância do Cortejo Afro para a cultura afro-diaspórica. “Eu faço parte do Cortejo há muitos anos e já tive inclusive o privilégio de cantar com eles durante um carnaval. A vinda deles para o Rio de Janeiro é muito importante por ser um movimento cultural que resgata a nossa ancestralidade e reforça a cultura de origem africana e do candomblé. Eles vão distribuir seu axé pelo Rio. Que a força e a magnitude do Cortejo Afro se espalhem por todo o Brasil”, diz.

    Além de Regina Casé e Preta Gil, a trajetória do Cortejo Afro é acompanhada e admirada por artistas como Baby do Brasil, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Mart’nália. Reconhecimento ao trabalho muito criativo de Alberto Pitta, referência do carnaval dos blocos afros, afoxés e de indígenas de Salvador.

    “Pitta é talvez o criador mais importante e mais atuante nesse imenso movimento que enche de beleza as ruas de Salvador a cada carnaval. Pioneiro das estamparias baiano-africanas, Pitta é um pensador do processo de que se faz parte e tem todas as características de um artista fino e requintado”, reforça Caetano Veloso.

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    Moda para além do carnaval

    Foto mostra dupla do Cortejo Afro
    Cortejo Afro: um resgate de sons, cores e ritmos da cultura (Mateus Ross/Divulgação)

    Ao longo de quase 24 anos, o Cortejo Afro construiu um legado estético e histórico, com base no respeito à moda e às tradições. E é esse posicionamento que desperta a curiosidade e o interesse de estilistas como Fause Haten, Paulo Borges, Dudu Bertholini e Isabela Capeto.

    “Nosso slogan é elegantemente sofisticado porque fazemos o melhor para o povo. Acreditamos que um bloco afro tem uma missão estética para com a sua gente. Trabalhamos para resgatar as cores, sons e ritmos do carnaval que o tempo se encarregou de apagar e tornar a maior festa popular do mundo em uma só pasta. Não é por outra razão que a abertura dos desfiles é predominantemente em branco, azul e prata, as cores de Oxalá. Os grandes sombreiros são uma referência ao visual dos reinados das tribos africanas, especialmente de Benin e da Costa do Marfim”, explica Pitta.

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    Destaque nos desfiles do Cortejo Afro, Everaldo Santos Araújo, o Veko Araújo, também virá ao Rio para a apresentação do grupo. Conhecido como o “sombreiro man, que anuncia a chegada do bloco, Veko é um multiartista, que já teve uma banda de rock, e é um apaixonado pela cultura da Bahia.

    “O Cortejo Afro é a vanguarda dos blocos afros de Salvador e Alberto Pitta vem resgatando sons, cores, ritmos, para que não se percam. Eu conheci o bloco e, na mesma hora, pensei: isso tudo tem a minha cara. Tenho veia rocker e, de repente, entrei no universo afro, e consegui, através dessa estética tropicalista do Pitta fazer uma fusão. A expectativa é muito grande para a nossa apresentação. Até porque será a minha primeira vez na cidade que tem o “sangue mais quente do Brasil”, afirma Veko.

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