Sucesso em vídeos na internet, slime foi a brincadeira-sensação das férias
Mais de 68 milhões de vídeos ensinam a fazer a massa viscosa em casa
O material grudento de textura maleável pode ser esmagado, esticado, enrolado e moldado. Fenômeno nas décadas de 80 e 90, a geleca voltou com tudo, mas adaptada aos tempos atuais: agora atende pelo nome de slime e é feita em casa pelas próprias crianças. Uma busca na internet revela mais de 68 milhões de vídeos com desafios e tutoriais que ensinam a fazer infindáveis versões caseiras. Foi assim que a pequena Myrna Faria, de 11 anos, descobriu a brincadeira e decidiu transformar a sauna do apartamento onde mora, na Gávea, em um pequeno estúdio de experiências. Depois de muitas tentativas, a jovem chegou ao que chama de “receita perfeita” e, com a ajuda materna, criou um site para vender o produto aos coleguinhas da Escola Americana, na qual cursa o 4º ano. “É um exercício que exige tempo, paciência e dedicação. São aprendizados que ficam para outras atividades que ela ainda vai exercer na vida”, opina a mamãe, a empresária Eva Monteiro.
À primeira vista, o preparo parece simples. Tanto que, nas férias de julho, oficinas de criação de slime pipocaram pelos shoppings da cidade usando variados ingredientes. Mas, assim como uma receita de cozinha, é preciso determinação para atingir o ponto ideal. “O segredo está nas quantidades certas e na maneira de misturar”, revela a expert Myrna. Depois, a imaginação corre solta: é possível decorar com glitter, colocar essências ou acrescentar bolinhas de isopor para dar textura. É bom tomar cuidado com a coloração — na casa de Eva, um marceneiro foi chamado para remover manchas de anilina em uma mesa — e com as fórmulas que levam água boricada no preparo. “Dependendo da quantidade e da concentração, a substância pode provocar irritação química nos olhos”, explica a dermatologista Osvania Maris Nogueira. Respeitadas as devidas precauções, a geleca do século XXI ainda rende bons momentos de diversão. ß