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Três perguntas para…

... Clarice Niskier, que aparece nua no monólogo A Alma Imoral em busca de algum sentido na vida

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 5 dez 2016, 15h25 - Publicado em 5 set 2012, 13h32
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  • Em julho de 2006, a atriz estreou o monólogo A Alma Imoral no Espaço Sesc, diante de apenas cinquenta pessoas. A previsão inicial de quatro semanas de apresentações estendeu-se a perder de vista. Em cartaz pelo sétimo ano consecutivo, a peça já foi encenada em 23 cidades e atraiu mais de 160?000 espectadores. A original montagem, em que Clarice Niskier, nua quase todo o tempo, busca algum sentido na vida através de parábolas judaicas e passagens da Bíblia, está no Centro Cultural Parque das Ruínas. É a sua primeira temporada ao ar livre ? o palco fica sob uma lona vazada, de onde é possível ver as luzes da cidade.

    Como é fazer A Alma Imoral ao ar livre? A primeira vez que fiz dessa maneira foi em maio, na Virada Cultural em São Paulo. Foi em uma praça, às 3h30 da madrugada, para mais de 1?000 pessoas. Havia todo tipo de interferência, de ambulâncias a aviões passando, mas, surpreendentemente, nada atrapalhou. O público entrou de cabeça. No Parque das Ruínas, por conta da estrutura da lona, fico sujeita às condições do tempo. Como o lugar é alto, às vezes faz muito frio. Assim, preparamos um esquema para que a peça possa ser remanejada para dentro do teatro que existe lá.

    O que a estimula a continuar com a peça após sete anos? No início, quando A Alma Imoral mudava de palco, eu dizia ?estou levando a peça para outro teatro?. Hoje, eu digo que é a peça que me conduz. Enquanto ela quiser seguir, eu vou junto. Atuo com a mesma motivação do começo. O texto (baseado no livro homônimo do rabino Nilton Bonder) levanta questões que são, mesmo hoje, importantes para mim. E acredito que também para o público.

    Quais serão os seus próximos espetáculos? Em 2013 estarei em Um Lugar Escuro, baseado no livro da Heloísa Seixas, sobre uma família na qual a mãe sofre de Alzheimer. Está previsto para o segundo semestre do mesmo ano um monólogo chamado A Lista, de Jennifer Tremblay, autora canadense inédita no Brasil. Mais adiante, devo fazer A Arte e a Maneira de Abordar Seu Chefe para Pedir um Aumento, adaptado do livro de Georges Perec. Esse mesmo o Marco Nanini está montando agora, o que foi uma grande coincidência. Eu já havia comprado os direitos e queria fazer neste ano. Mas o texto é labiríntico, difícil de decorar. Não dava para conciliar com A Alma Imoral.

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