Teatro pela internet: oito peças on-line para ver esta semana
Caco Ciocler vai encenar o solo Medusa pelas redes do Sesc SP. Vida e obra do poeta Solano Trindade estreia no modelo digital
De espetáculos gravados em tempos pré-pandemia – e com exibição gratuita – a formatos pensados exclusivamente para plataformas digitais, o teatro on-line segue firme e forte. Confira, abaixo, opções para assistir nos próximos dias:
Seu Bomfim.
Peça que abre o projeto digital Solos em Todos os Solos, criado pelos atores Fábio Vidal e Vinícius Piedade, transita entre o humor e a tragédia. Fábio Vidal interpreta diversos personagens no espetáculo que tem 20 anos estrada, entre eles, um velho contador de histórias chamado Seu Bomfim, homem do sertão. Suas histórias, seu humor, questionamentos e ações levam o espectador a entrar num mundo subjetivo, que se encontra enraizado numa cultura sertaneja do nordeste brasileiro. Quarta (29), às 20h. Ingressos: de R$ 10 a R$ 250 (para quem quiser fazer uma contribuição aos artistas).Plataforma: Sympla.
Ser José Leonilson.
Idealizado pelo ator Laerte Késsimos e dirigido por Aura Cunha, o espetáculo é uma costura poética entre a vida e obra do artista plástico José Leonilson (1957-1993) e a biografia do ator da peça. Elaborado a partir dos depoimentos – biográficos e artísticos – do artista plástico brasileiro e registros sonoros feitos pelo próprio Laerte durante o processo de criação e pesquisa. Aproximando-se de forma direta da obra de Leonilson, o próprio processo de investigação de Laerte, os vestígios da criação, os áudios que dão dimensão histórica ao cotidiano criativo são, eles próprios, a obra. A última apresentação da temporada acontece nesta quarta (29), às 20h30. Ingressos: R$ 10 a R$ 40. Plataforma: Sympla.
+ Sonhos estranhos na pandemia? Psicanalista explica
Medusa.
Nesta quarta (29), o ator Caco Ciocler encena o monólogo Medusa nas redes sociais do Sesc de São Paulo. A sessão está marcada para as 21h30. O espetáculo faz parte do projeto Fluxorama, com direção de Monique Gardenberg e texto de Jô Bilac, composto por quatro peças curtas – Amanda, José Guilherme, Valquíria e Medusa. No texto, Caco Ciocler interpreta a tentativa desesperada de um homem de meditar em meio ao caos urbano. Ao tentar esvaziar a mente, a questão sobre o sentido na vida se coloca em seu caminho. A peça oferece uma reflexão, ora cômica, ora dramática, a respeito do homem contemporâneo e sua existência num mundo em aceleração.
Negra Palavra – Solano Trindade.
O espetáculo, que já teve três temporadas convencionais na pré-pandemia, foi adaptado para as plataformas digitais. A vida e a obra do poeta pernambucano, ativista político, ator de cinema e artista plástico Solano Trindade são celebradas na peça, que tem onze atores no elenco. Cada um se apresenta diretamente de sua casa. Em Negra Palavra, corpo, música e poesia se entrelaçam para representar uma só história: tanto a de Solano em seu tempo, como a dos homens negros contemporâneos, aqui e agora. “O maior desafio e a grande força desse trabalho veio da percepção de que as poesias de Solano são profundamente atuais”, afirma Renato Farias, roteirista e um dos diretores do espetáculo, ao lado de Orlando Caldeira. Classificação indicativa: 12 anos. Sextas, às 16h. Ingressos: R$ 10 a R$ 50 (o espectador escolhe o valor que quer pagar). Plataforma: Sympla. Até 28 de agosto.
+ Marcelo Adnet será pai de uma menina
No Interior.
Com dramaturgia e direção de Ivan Sugahara, o monólogo ganha uma segunda temporada pelo aplicativo Zoom, de forma gratuita. Interpretada por Danielle Oliveira, a peça sobrepõe a experiência manicomial vivida pela escritora Maura Lopes Cançado na década de 1960, relatada no livro Hospício É Deus, e o período de confinamento, durante a pandemia, vivido pela atriz. Trata-se de um plano-sequência filmado com a câmera parada. A montagem integra o Projeto Trajetórias, criado por Sugahara e Oliveira que, em 2021, deve incluir a estreia de uma peça e o lançamento de um longa-metragem gestados durante a pandemia. Os ingressos são gratuitos e as reservas devem ser feitas pelo site Sympla. Sábados, às 15h. Grátis. Até 15 de agosto.
+ Teatro pela internet: novos públicos e rentabilidade
2500 Por Hora.
Disponível para ser assistida até 31 de agosto, a peça reúne cenas escritas por autores, como Pirandello, Tchekhov, Molière, Shakespeare, Brecht, Beckett, Goethe, além de brasileiros,a exemplo de Nelson Rodrigues e Martins Penna. O espetáculo propõe, através de uma pesquisa, com muito humor, “contar” parte da história de 2 500 anos de teatro em uma hora, fazendo uma homenagem à arte da ribalta. Classificação etária: 12 anos. O vídeo foi gravado no Oi Futuro, entre julho e agosto de 2015.
+ Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui
A Paz Perpétua.
Dirigida por Aderbal Freire-Filho, a peça apresenta três cachorros – Odin, Emanuel e John-John – que participam de um processo seletivo pela prestigiada “coleira branca”, oferecida a um representante canino do corpo de elite do combate antiterrorismo. As provas secretas são conduzidas por um quarto cachorro e antigo portador da coleira – Cassius – e acompanhadas por um humano. O texto de Juan Mayorga mistura elementos de teatro e fábula, abordando, através dos cachorros, temas como filosofia, autoridade, política e violência. Classificação etária: 14 anos. A Paz Perpétua esteve em cartaz no palco do Oi Futuro de outubro a dezembro de 2016. O vídeo pode ser consultado até o fim de agosto.
Krum.
O texto do autor israelense Hanoch Levin (1943-1999) foi encenado pela primeira vez no Brasil pela Companhia Brasileira de Teatro, de Curitiba, com a atriz Renata Sorrah no elenco. Krum acompanha o cotidiano de diversos personagens ordinários. São pessoas comuns que precisam lidar com suas frustrações, típicas de uma sociedade baseada no consumo. O espetáculo enfoca conflitos internos. Classificação etária: 14 anos. Esteve em cartaz no Oi Futuro de março a abril de 2015. O vídeo está liberado até o dia 31 de agosto.