Teatro on-line: fim de semana tem estreias de Babaioff e Leo Miggiorin
Espetáculos gratuitos, já concebidos para as plataformas digitais, desnudam o lado emocional dos personagens
Os teatros e casas de shows estão fechados ao público, mas a produção cultural on-line segue a todo vapor. Afinal, as plataformas digitais são a única forma dos artistas exibirem seu trabalhos atualmente e oferecem diversas possibilidades de criação e montagem. No fim de semana, há estreias de peças on-line com Armando Babaioff e Leonardo Miggiorin. Confira:
+ Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui
A Melhor Versão.
Idealizado por Michel Blois, com texto de Julia Spadaccini, o projeto foi concebido para as plataformas digitais. Luis Felipe Sá e Daniel Herz dividem a direção da peça, que foi pré-gravada na Cidade das Artes, durante nove dias. A história retrata uma tradicional família carioca desde a década de 50 até 2020. Com inspiração no universo do dramaturgo Nelson Rodrigues, mestre em expor as contradições dos setores conservadores da sociedade brasileira, Spadaccini alia aos contornos da peça as sutilezas psicológicas do sistema que sustenta tal estrutura.
+ Vacinação: novo calendário é divulgado no Rio
O espectador é levado a refletir sobre como cada personagem acabou criando uma persona para saciar a busca desmedida por um padrão, para ser aceito. A peça propõe um mergulho profundo em cada membro daquela família. Cada um deles é fruto da opressão sob a qual vivem e todos guardam segredos. No elenco estão Ana Paula Secco, Armando Babaioff e Michel Blois.
Após a sessão de estreia, no sábado (27), será realizado um bate-papo com os criadores do projeto.
120 minutos. Classificação: 12 anos. Estreia: sábado (27), 21h. O espetáculo ficará disponível on-line até o dia 30 de maio. Acesso pela Sympla.
+ Três monólogos elogiados para assistir em casa
Não Se Mate.
O título do espetáculo, escrito e dirigido por Giovanni Tozi, faz referência ao poema homônimo de Carlos Drummond de Andrade, lançado em 1962, como parte da Antologia Poética organizada pelo próprio autor. Leonardo Miggirion interpreta Carlos, um artista plástico que passa por um momento complexo de perdas e tem seu equilíbro emocional afetado.
+ Em nova peça, Clarice Niskier reflete sobre o amor nos tempos do vírus
Mesmo partindo de um tom bem-humorado, em que o personagem ainda consegue rir de si mesmo, o texto propõe um mergulho psicológico, amparado pelos poemas e pela noção de autonomia proposta pelo existencialismo, em que o ser humano é diretamente responsável pelas perdas que coleciona.
Sinal dos tempos de pandemia, Leonardo Miggiorin divide a cena de forma virtual com o veterano Luiz Damasceno, que completa 80 anos em 2021. Ator consagrado nos palcos, Damasceno interpreta José, um homem misterioso que passa a enviar mensagens ao celular de Carlos. As imagens foram captadas no apartamento do ator.
A alternância entre o erudito e o popular é um dos desafios de Leonardo Miggiorin, que busca equilibrar os poemas de Drummond à dramaturgia de Tozi.
70 minutos. Classificação: 10 anos. Estreia: sexta (26). Temporadas: sexta a domingo, 20h. Grátis. Acesso pela Sympla. Até 4 de abril.