Neste sábado (6) e domingo (7), Teresa Cristina apresenta pela primeira vez seu show em homenagem a Zé Keti, no Teatro Claro, em Copacabana. O espetáculo encerra a trilogia de homenagens da cantora a grandes nomes nacionais — antes ela fez tributos a Noel Rosa e Cartola. A artista assina a direção do espetáculo e sobe ao palco acompanhada pelo violonista Carlinhos Sete Cordas. No repertório, canções imortais como A Voz do Morro, Opinião e Diz Que Fui Por Aí, entre outras. Teresa Canta Zé Keti também terá exibição pela internet, com ingressos colaborativos.
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A cantora observa que as canções do sambista, nascido há cem anos (em 16 de setembro de 1921), se mantêm atuais. “A música do Zé Keti preparou a gente um pouquinho para o que a gente está vivendo. Quando ele fala que não quer sair do morro, quando ele fala que ninguém quer ir para a favela, porque na favela não tem coisa bonita para se ver, quando ele fala que mais um malandro fechou o paletó, ele está descrevendo uma realidade que até hoje não mudou. A gente ganhou tecnologia, ganhou tanta coisa, mas o Brasil que o Zé Keti criticava continua aí. Talvez por isso a obra dele continue sendo tão forte, né?”, analisa.
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Teresa Cristina também chama atenção para o apagamento da figura de Zé Keti em nossa história. Afinal, se no Brasil é frequente que uma obra seja conhecida pelo público e seu autor, desconhecido, isso não se justifica quando falamos do compositor, já que ele foi intérprete das próprias canções. “Então se a gente, ouvindo Máscara Negra na voz do Zé Keti, não sabe que é ele que está cantando, esse problema não é mais do Zé Keti. Vamos voltar a falar sobre o racismo estrutural do Brasil. Madrugada, Máscara Negra, Diz Que Fui Por Aí, tudo isso foi gravado pelo Zé Keti, e são canções emblemáticas, que estão na história da música brasileira”, desabafa ela.
Rua Siqueira Campos, 143, 2º piso, Copacabana. Sáb. (6), 20h. Dom. (7), 19h. Ingressos pelo https://www.sympla.com.br. R$ 50,00 (meia-entrada) a R$ 140. Ingressos colaborativos on-line: R$ 20 a R$ 500.
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