A exposição traz duas obras que estavam em uma coleção privada na França, não exibidas desde 1936. Bahia (1935) era conhecida dos estudiosos apenas pela descrição do importante crítico francês Benjamin Crémieux: “E vejam esta árvore amputada, que não renuncia a florir e continua de pé, uma sentinela diante da branca ‘Bahia de todos os santos’: sua casca é gêmea da pele das mulheres adormecidas”.
+ 3 obras para ver na mostra… Di Cavalcanti — 125 Anos
“Num eco do período parisiense, Di Cavalcanti continuou a produzir no Brasil, na primeira metade da década de 40, mulheres olímpicas, quase clássicas, com toques picassianos, às quais adicionou uma sensualidade tropical”, explica a curadora Denise Mattar. É o caso de Nascimento de Vênus (1940): “São três mulheres de diferentes tipos físicos, que olham com cumplicidade a nudez e a cândida beleza da protagonista”.
O universo carnavalesco sempre esteve presente na produção de Di Cavalcanti, tanto em seu aspecto sensual e debochado quanto na lembrança das comemorações mais ingênuas dos carnavais antigos, observa a curadora. Criada na década de 30, Pierrôs retrata o famoso trio da commedia dell’arte, destacados na construção de uma arquitetura quase metafísica, que coloca os personagens entre muros.
Danielian Galeria. Rua Major Rubens Vaz, 414, Gávea. → Seg. a sex., 11h/19h. Grátis. Até 22 de outubro.
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