Três perguntas para Gregorio Duvivier
Em cartaz no Teatro Prudential com o monólogo Sísifo, o ator e roteirista alia mitologia ao Brasil pós-moderno
O ator Gregorio Duvivier estrela Sísifo, monólogo em que protagoniza sessenta cenas curtas, em cartaz no Teatro Prudential, até 16 de fevereiro. Primeira parceria entre o artista e o diretor Vinícius Calderoni, espetáculo junta a mitologia ao Brasil dos memes.
Qual é a maior dificuldade de ficar uma hora sozinho no palco?
A parte física. Às vezes acho que não vou conseguir chegar ao fim do espetáculo, porque não sou atleta. Pelo contrário, sou bastante sedentário. Eu me sinto em um crossfit.
O monólogo retrata a vida contemporânea, em que há excesso de informação e pessoas hiperconectadas. Você consegue se desconectar?
Eu tento me desconectar, sim, todos os dias. Quando vou dormir, o celular fica de castigo na sala. No meu quarto só entram livros e cadernos. Tento não digitalizar a cama.
Qual a sensação de lotar um teatro numa época em que a cultura é constantemente atacada e o fomento às artes só diminui?
Nós somos vistos como inimigos, quando na verdade é o contrário. Quem trabalha com cultura presta um serviço público. A vocação do teatro é comover as pessoas, e acho que Sísifo cumpre esse papel. Numa época de retrocessos creio que temos de transformar a revolta em ação, e o teatro impulsiona isso.
Sísifo. Teatro Prudential. Rua do Russel, 804, Glória. Sexta e sábado, 21h; domingo, 19h30. R$ 90,00. Até 16 de fevereiro.