Na internet, Rafael Portugal deu vida a uma série de personagens hilários nas esquetes do canal Porta dos Fundos. Na televisão, fez sucesso com o quadro Central de Atendimento ao Telespectador, o CAT, exibido durante as duas últimas edições do BBB, e com a mesa-redonda A Culpa É do Cabral, do canal por assinatura Comedy Central. Mas foi no teatro que ele bateu todos os recordes em 2021: o humorista chegou a mais de 100 apresentações do espetáculo Eu Comigo Mesmo, o primeiro na história do tradicional Teatro Casa Grande a alcançar tal marca.
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No monólogo, que estreia em janeiro em novo palco, Portugal reconta, sempre com altas doses de irreverência e descontração, histórias verídicas da sua vida. Do dia em que o garoto franzino se alistou no Exército às memórias de dentro do trem que pegava para ir da Zona Oeste à Zona Sul. “Trabalhei muito levando humor às pessoas em dias que eu só queria chorar. Amigos morreram, perdemos Paulo Gustavo, não foi fácil, mas eu sentia que estava sendo um remédio na alma das pessoas”, diz.
“Trabalhei muito em dias que eu só queria chorar. Não foi fácil, mas vimos como a arte pode ser uma poderosa válvula de escape.”
Nascido e criado em Realengo, o humorista perdeu o pai aos 7 anos e foi criado pela mãe, Marion. Ajudou em casa trabalhando como repositor de estoque em supermercado, auxiliar de escritório, entregador de panfletos e vendedor de caldo de cana. A infância no entorno da Praça da Capelinha, “uma mistura de Realengo, Magalhães Bastos, Mallet”, foi “uma delícia”.
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“Soltei pipa, joguei bola, rodei pião, curti Carnaval, pintei a calçada para a seleção”, comenta o humorista de 36 anos, que protagonizou seu primeiro filme, a comédia Juntos e Enrolados, com estreia marcada para janeiro. Ele ainda será o novo Jesus do especial de Natal do Porta dos Fundos, substituindo Fábio Porchat, e está em negociação para estrelar um novo programa no Multishow.
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“Tive a sorte de ter na porta da minha casa a Lona Cultural Gilberto Gil, de ver o Gil cantar na minha frente. Esse lugar salvou a minha vida”, recorda. Foi ali, junto com o professor de teatro Eduardo Monteiro e o produtor Mauro Lima, que Portugal começou a ensaiar os primeiros passos na carreira. “Eles fizeram acontecer arte na vida de muita gente que nunca se encontraria com ela”, afirma. A cultura salva — e resiste.
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