Esquinas do Esporte

Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania
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Atividade física regular: investimento baixo, retorno alto

Vocação esportiva do Rio é convite adicional para se exercitar diariamente e melhorar a saúde: direito ainda distante de milhões de brasileiros

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Atualizado em 27 abr 2023, 14h42 - Publicado em 26 abr 2023, 23h18
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  • Dez entre dez estudos sobre a relação entre exercícios e saúde comprovam o peso crucial da atividade física regular, bem orientada, para prevenir ou conter doenças. Promovê-la de maneira ampla e indistinta é dever constitucional do Estado. Ainda assim, continua distante de grande parte dos brasileiros.

    O compromisso deveria materializar-se numa política pública prioritária, alinhada à urgência de resgatar da fome quase 20 milhões. Vergonha particularmente inadmissível para um país entre os maiores exportadores de alimentos.

    Atividade física é tão primordial à vida saudável quanto refeição balanceada. Juntas, alicerçam o bem-estar ao longo dos anos. Formam uma vacina natural contra obesidade, diabetes, hipertensão, distúrbios cardiovasculares, câncer, depressão.

    Esses hábitos evitam incêndios. Tentar apagá-los é mais difícil e caro.

    Se os brasileiros se exercitassem diariamente e comessem bem, os gastos com tratamentos e hospitalizações despencariam. Tal economia talvez contrarie uma parcela substantiva do mercado.

    Democratizar rotinas esportivas e nutricionais adequadas não é um desafio propriamente oneroso. Envolve, contudo, visão estadista, confluência política, arranjos orçamentários, e uma coordenação estratégica entre os Ministérios da Saúde, do Esporte, da Educação, do Planejamento e da Ação Social.

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    A orquestração impulsionaria desde serviços subsidiados de educação corporal e alimentar em espaços públicos, principalmente nos grotões, periferias, zonas rurais, até o esporte adaptado em escolas, clubes, praças. Iniciativas comprometidas com o acesso geral e irrestrito a práticas indispensáveis à saúde física e mental.

    Assegurá-las à população, sobretudo às camadas pobres e vulneráveis, não constitui um favor. Configura-se uma responsabilidade conjunta – de governos, empresas, sociedade civil – consagrada na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nas Constituições dos países democráticos. Converge com os esforços voltados à cidadania plena.

    A consumação desse direito depende também da vontade para superar o sofá, a cama, a exaustão doméstica e profissional. O primeiro passo é reconhecer o retorno alto ao investimento baixo.

    Meia hora por dia de exercícios moderados já ajuda a precaver ou controlar doenças crônicas (comorbidades), atesta a Organização Mundial da Saúde. Os benefícios são proporcionais à intensidade, ao volume e à frequência da atividade física, desde que ajustada às individualidades e à margem de segurança.

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    A dose diária melhora a vitalidade, o raciocínio, o sono, o humor, a memória, a libido. Reduz o risco, por exemplo, de infarto, derrame cerebral (AVC) e transtornos emocionais.

    A vocação esportiva do Rio representa um estímulo adicional para espanar o sedentarismo. O playground a céu aberto fica especialmente convidativo sob a suavidade do outono carioca.

    Antes de aceitar o convite, e abraçar a caminhada, a corrida, a nadada, a pedalada, o pilates, faça uma avaliação médica e funcional; e procure orientação profissional. Tais cuidados harmonizam o programa físico ou esportivo às características e necessidades de cada pessoa.

    Daí em diante, o segredo é não parar. Boa transpiração!

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    Adrenalina sideral

    Parar não integra o vocabulário de André e Salomão Abdala. Movidos a adrenalina, eles lançam a primeira campanha publicitária da América Latina feita em gravidade zero.

    Rodado em voo da Nasa, o filme dos diretores brasileiros apresenta a vitamina Lavitan X, da Cimed. A produção subiu o sarrafo dos irmãos acostumados a triangular cinema, esportes de aventura e publicidade. Exigiu de adaptações nas câmeras, para conciliá-las ao feitio espacial, até façanhas de astronauta. Os bastidores compõem um minidoc disponível no canal dos Abdala Brothers no YouTube.

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    Alexandre Carauta é professor da PUC-Rio, doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação Física. Organizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.

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