Esqueça aquela dificuldade habitual em pensar mil e umas bebidas, insumos, copos, gelo e uma infinidade de coisas e utensílios necessários, toda vez que você for reunir os amigos para alguma ocasião. Essa preocupação ficou para trás desde que empresários, bartenders e empreendedores passaram a enxergar essa vertente etílica como um bom e próspero negócio. Claro que a pandemia ajudou, e muito, no desenvolvimento e na aceleração deste novo jeito de beber. Mas o que antes era somente um mercado lento e promissor agora é realidade e esta bombando.
Bares fechados, a quase inexistência de vida social e o medo de sair às ruas levaram muitas e muitas pessoas, nos longos meses do lockdown, a terem neste serviço uma companhia para matar a sede e ter doses nostálgicas de saudades dos balcões mundo afora. O crescimento deste setor é visível a olhos nu. Basta passear por supermercados e perceber cada vez mais ofertas de drinques enlatados, engarrafados e agora, há pouco tempo, em barris igualzinho ao chopp. Isso mesmo – o que antes jorrava cerveja agora tem a opção de coquetéis carbonatados, envasados em barris de diferentes tamanhos, com qualidade artesanal e com um grande diferencial – prático, rápido e simples. Tudo que uma festa precisava, afinal, ninguém merece longas e intermináveis filas em eventos open bar para pegar um gin Tonica, (que nem sempre é igual).
Grandes marcas tem investido em drinques prontos. Ambev, Diageo, Pernod Ricard já tem suas latas no mercado, assim como dezenas de outras marcas. Bares como Stuzzi, Liz e Vizinho também produzem coquetéis engarrafados. A diferença é que, nestes casos, quem assina os rótulos são profissionais respeitadíssimos que têm na credibilidade e na qualidade o diferencial necessário para surfar esta onda. Uma das marcas mais adiantadas neste quesito é, com certeza, a APTK Spirits, do Ale D`Agostino, em São Paulo. O cara já está com muitos rótulos de vários clássicos e acaba de abrir um speakeasy no porão do Raiz Club na capital paulistana. Até aqui nada de novo, se não fosse o fato que os coquetéis por lá são todos engarrafados. Nada daquela infinidade de garrafas de vodka, gin, whisky. A hora e a vez de dezenas de pequenas garrafas de Negroni e Boulevardier, entre outros. Digno de aplausos.
On Tap
Tão inovadora como promissora é a aposta da recém criada marca Bica – drinks on tap. Há anos o bartender Thiago Santana teve a idéia de colocar todos os ingredientes de um cocktail dentro de um barril de cinco litros. Na cabeça, a idéia inicial era facilitar a vida dele atrás do balcão, em eventos de muitas horas. Ao invés de coquetéis elaborados a cada pedido, bastava abrir uma torneira (on tap) para, em segundos, ter um drinque servido. As coisas evoluíram, assim como os equipamentos e as receitas. Foi preciso muito estudo, muitos testes e muita dor de cabeça até chegar a proposta Bica. As máquinas são coloridas, leves e super fáceis de operar. Qualquer pessoa pode servir, basta um copo cheio de gelo debaixo da torneira. A marca hoje trabalha com três receitas, todas à base de gin, e tem o Rio de Janeiro como pano de fundo para entrar no mercado promissor de coquetéis prontos.
Os idealizadores do projeto pensaram em tudo. Máquinas coloridas super vendáveis, leves e que não requerem nenhum manual para operar. São duas vertentes. Uma delas é a Bica Home, para pequenas reuniões de amigos até dez pessoas. Neste caso, a máquina tem um barril de cinco litros de drinque pronto acoplada em seu interior, além de um pequeno cilindro de gás e uma serpentina para refrigeração. O único trabalho do cliente é servir, pois a máquina já chega com gelo na serpentina.
Para bares e restaurantes que não possuem bartender ou, muitas vezes, mal tem espaço de balcão para drinque, a solução vem em escalas maiores. O Atendimento ao estabelecimento acontece com máquinas com até três torneiras, e os barris vêm nas opções 20 ou 50 litros. A matemática vem em via dupla. A marca garante um serviço de qualidade e um coquetel feito artesanalmente e super padronizado, e o bar oferece um drinque com uma lucratividade muito positiva.
Seja em barril, em lata ou no vidro. Não importa. Essa nova maneira de consumir drinque chegou para ficar e esta evoluindo rapidamente. Claro que o balcão de bar é o mais sagrado ambiente para beber, onde a hospitalidade nasce e as histórias acontecem. Ver um bartender fazer um drinque não tem preço. Mas como é prazeroso ter outras opções de consumo fáceis e inovadoras para todos os momentos e situações do cotidiano que todos nós desfrutamos ao longo da vida! De uma coisa eu tenho certeza: por trás de cada lata, garrafa ou barril existem pessoas engajadas, profissionais dispostos a evoluir e inovar e, acima de tudo, a mesma paixão como se estivessem fazendo drinques atrás dos balcões de bar.
Cheers