Vanessa Aragão

Por Vanessa Aragão, pesquisadora e instrutora de meditação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Criadora do projeto Meditante Urbana
Continua após publicidade

A tirania dos pensamentos

Como caminhar pelos labirintos da mente

Por Vanessa Aragão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 jul 2021, 14h28 - Publicado em 2 jul 2021, 09h36
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Outro dia combinei um reiki e uma água de coco. E de noite tive uma garrafa de vinho com as meninas. Qualquer pessoa sabe quando começa o desejo feroz porque quase tudo que demonstramos começa com um pensamento. O pulo do gato é saber que só porque você tem um pensamento não significa que ele seja verdadeiro. Se nós não aprendemos a desconfiar desse narrador que mora dentro da nossa cabeça, a vida se transforma num emaranhado. Tudo porque a nossa realidade pessoal é composta conforme pensamos, sentimos e agimos.

    A maioria dos pensamentos são apenas velhos circuitos em seu cérebro que se conectaram por sua vontade repetitiva. O problema é que os vícios criam os hábitos. Então vale se perguntar: esse pensamento é verdadeiro ou é simplesmente o que penso e acredito enquanto me sinto desse jeito? Eu oscilo entre às seis da manhã e às dez da noite, e tudo bem. Quando meditamos aprendemos a observar essa dança dos pensamentos com mais distanciamento. Aprendemos a ser um observador mais gentil de nós mesmos. Esse processo é chamado de metacognição e nos dá a liberdade para decidir como agir, e não reagir automaticamente. A liberdade está na escolha que fazemos, momento a momento, emoção a emoção, de nos deixar ou não arrastar por elas.

    A única coisa que se coloca entre você e seu bem-estar é um fato simples: você permitiu que seus pensamentos e emoções recebessem instruções vindas do lado de fora e não do interior. Uma dica para lidar com os gatilhos é usar a sua vontade, intenção e sinceridade para ir além dos impulsos do corpo. É possível frear os vícios mas é necessário que nos tornemos conscientes de nossos aspectos nebulosos para nos aceitarmos e aos outros, e esse esforço requer comprometimento com o trabalho interno.

    Se pensamentos e emoções estão sempre juntos, também podemos desconfiar de nossas emoções. Talvez nós possamos fazer como os havaianos que sabem que as emoções não são boas conselheiras, que elas podem distorcer a realidade e nos impor estados dos quais nos tornamos escravos. Várias emoções que experimentamos acabam tendo algo negativo como consequência. Ainda assim permitimos que elas nos invadam sem combatê-las. Os havaianos têm uma palavra para representar esse estado de coisas: Pilika, que é uma mistura de pensamentos e sentimentos negativos que transformam nossa vida num inferno.

    Não existe nenhum problema em começar o dia com um reiki e terminar com um vinho, se você está consciente de suas motivações. Parece mais difícil do que é na prática. Se você colocar amor nessa rotina de olhar para dentro, você vai navegar bem pela sua sombra, pela sua luz, pelo seu yin, pelo seu yang, até pelas suas rugas. O amor não é algo que se fala, mas sim que se vivencia.

    Publicidade

    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

    Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
    *Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

    a partir de 35,60/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.