Existe uma enorme, quase infinita, variedade de vinhos disponíveis no mercado mundial, que ocupam metros e metros nas gôndolas dos supermercados. Ao mesmo tempo o consumidor conhece pouco de vinho. É uma minoria que conhece castas, regiões, produtores, e que sabe escolher seu vinho com segurança. Estes ingredientes fazem com que fatores literalmente superficiais, como a aparência da embalagem, a garrafa e, principalmente o rótulo, sejam fatores fundamentais para seduzir os consumidores.
Várias pesquisas já apontaram para a “beleza do rótulo” como um dos principais motivos que levam a compra de um vinho. Neste caso, quando mais barato o vinho e mais iniciante o consumidor, mais importante a aparência da embalagem. Grandes vinhos clássicos, como os grandes de Bordeaux tem rótulos pouco chamativos e que não mudam há séculos. Afinal, quem paga milhares de reais por um Petrus ou Lafite, não se importa com a beleza do rótulo, e sim com o conteúdo da garrafa e, no caso, com a fama e raridade do produto.
Um dos maiores casos de sucesso no universo dos rótulos de vinho é o Yellow Tail. Este vinho australiano é simplesmente o mais vendido do mundo e traz um canguru estampado. O sucesso é tanto que criou-se um nicho. Hoje há uma profusão de vinhos que ostentam animais, uma arca de Noé completa: pássaros, gatos, cachorros, camaleões, cavalos, peixes e até elefantes.
Como exemplo da importância e peculiaridade cultural dos rótulos podemos citar a China. Lá já não são os animais que fazem tanta diferença, afinal lá todos acabam na panela. Ao criar um rótulo para o império do centro, são elementos importantes as letras douradas, cor de fundo de preferência vermelha, e figuras como um dragão ou brasões que remetam a nobreza. Ajuda também nas vendas do vinho a associação com o número 8, que para ele significa sorte e sucesso.