Por Marcelo Copello
Em recente visita à Alemanha por ocasião da Prowein, sai em giro pelo país. Visitei 7 produtores em várias regiões e avaliei cerca de 80 vinhos. Segue um breve relato e avaliação de meus vinhos prediletos.
SINß
O primeiro visitado foi o Weingut Sinß ou Sinss (www.sinss.de), em Windesheim, mais ao sul na região de Nähe. Esta empresa familiar, fundada em 1791 (e até hoje na mesma família) é desde 2010 tocada pelos jovens irmãos Markus e Johannes Sinß Hauptstr. Eles possuem 13 hectares de vinhedos (dentre este 3 excelentes Crus, os vinhedos: Rosenberg, Windesheim, Römerberg). Fermentam os vinhos mais importantes (vedados com rolha) em tonéis antigos de madeira, e os vinhos mais jovens (vedados com screw cap) em inox.
No geral gostei muito dos vinhos, autênticos, artesanais, de qualidade consistente, todos ao mesmo tempo elegantes e fáceis de beber. Rieslings de boa mineralidade, expressivos, PN estruturados, e o meu predileto foi o Romerberg Riesling, tenso, mineral, rico.
Vinhos degustados:
Riesling Trocken 2016, Sinss
Um Riesling regional, da região de Nahe. Palha claro brilhante. Muito seco, acidez alta, muito jovem, boa mineralidade, 11,5% álcool.
Nota: 87 pontos
Windesheim Riesling 2016, Sinss
Um Riesling da localidade de Windsheim (categoria “Village”), da região de Nahe. Verdeal muito claro, brilhante, aroma bastante refinado e integrado, floral, frutado, cítrico, mineralidade discreta e elegante. Paladar seco, leve-médio corpo, mas firme, com boa acidez, textura macia, longo.
Nota: 91 pontos
Sonnenmorgen Riesling 2016, Sinss.
Um Riesling “Single Vineyard”, do vinhedo Sonnenmorgen, em Windesheim, região de Nahe. Claro e brilhante, aroma elegante, tropical, cítrico, mineral, paladar leve e macio, acidez firme, um pouco mais leve e delicado que o Windesheim.
Nota: 90 pontos
Romerberg Riesling 2016, Sinss
Um Riesling “Single Vineyard”, do vinhedo Römerberg, em Windesheim, região de Nahe. Verdeal claro, brilhante. Aroma refinado, nota quase oleosa, flores do campo, mineral. Paladar 12,5%, coeso, firme, ainda não no apogeu, parece um pouco fechado.
Nota: 92 pontos
Romerberg Riesling 2013, Sinss
Um Riesling “Single Vineyard”, do vinhedo Römerberg, em Windesheim, região de Nahe. Amarelo dourado claro, brilhante, evoluiu muito bem, para algo mais mineral, mais querosene, textura mais macia, longo e complexo, com boa profundidade.
Nota: 93 pontos
Grauburgunder trocken 2017, Sinss,
Um Grauburgunder (Pinot Gris ou Pinot Grigio) categoria regional, da região de Nahe. Clarinho e levinho, macio, 12,5% de álcool, recém engarrafado, floral, simples e uma delicia.
Nota: 86 pontos
Windesheim Weissburgunder 2016, Sinss
Um Weissburgunder (Pinot Blanc) da localidade de Windsheim (categoria “Village”), da região de Nahe. Muito claro, brilhante, Aroma delicado, frutas brancas, especiarias. Paladar leve e macio, com alguma complexidade, longo.
Nota: 87 pontos
Rosemberg Grauburgunder 2016, Sinss
Um Grauburgunder (Pinot Gris ou Pinot Grigio) de um “Single Vineyard”, do vinhedo Rosemberg, em Windesheim, região de Nahe. Dourado claro e brilhante. Aroma rico e intenso, frutas cristalizadas, nota de madeira discreta, fruta madura, Paladar de bom corpo, madeira aparece um pouco e jogou o vinho um pouco pra baixo, não sei se evoluirá bem.
Nota: 88 pontos
Windesheim Spatburgunder 2015, Sinss
Um Spätburgunder (Pinot Noir) de categoria “VIllage”da localidade de Windesheim na região de Nahe. Rubi-granada entre claro e escuro. Boa tipicidade da casta, frutas vermelhas, cogumelos, groselha, nota mineral terrosa, bom frescor. Paladar de médio corpo, seco, 13% de álcool, não muito longo
Nota: 88 pontos
Rosemberg Spatburgunder 2015, Sinss
Um Spätburgunder (Pinot Noir) de um “Single Vineyard”, do vinhedo Rosemberg, região de Nahe. Rubi violáceo claro e jovial. Aroma muito fresco, elegante, frutado, boa mineralidade, com finesse. Paladar de média estrutura, ótimo equilíbrio entre maciez-acidez, longo, elegante, sem grande profundidade/complexidade, mas excelente.
Nota: 90 pontos
WASEM
Na cidade de Ingelheim em Rheinhessen (a maior das regiões alemães) visitei o produtor Wasem (www.wasem.de). A família está no negócio do vinho desde 1726, e possui também uma pequeno hotel e restaurante. À frente da empresa estão os Holger e Burkhard Wasem e seus filhos Julius Jr. e Philipp, que produzem 220 mil garrafa a partir de 34 hectares. As esposas cuidam de um belo hotel e um wine bar/restaurante onde nos hospedamos e jantamos. Gostei mais dos tintos que dos brancos, em especial do Sonnenhang Spatburgunder (PInot Noir).
Vinhos degustados:
Ingelheimer Horn Fruhburgunder 2013, Wasem
Uma casta rara, Frühburgunder (Pinot Madeleine), da categoria Lageweine (vinhedo superior, equivalente e um “Cru” francês), da localidade de Ingelheim, na região de Rheinhessen. Cor rubi granada, entre clara e escura. Aroma de fruta madura e madeira nova, com notas de amoras, framboesas, tostados, defumados, terra. Paladar de médio corpo, 13,5% de álcool, taninos levemente presentes, um pouco rústicos, acidez equilibrada, talvez melhor daqui a 3-5 anos.
Nota: 89 pontos
Ingelheimer Sonnenhang Spatburgunder 2016, Wasem
Spätburgunder (Pinot Noir), da categoria Lageweine (vinhedo superior, o Sonnenhang, equivalente e um “Cru” francês), da localidade de Ingelheim, na região de Rheinhessen. Elaborado a partir de vinhas velhas. Rubi-granada entre claro e escuro. Aroma de bom ataque, com boa tipicidade da casta, frutas vermelhas e negras, morangos, amoras, musgo, cogumelos, madeira nova, chocolate. Paladar de médio-bom corpo, textura macia, taninos finos, acidez um pouco baixa.
Nota: 89 pontos
J. BETTENHEIMER
Ainda em Ingelheim/Rheinhessen visitei o Weingut J. Bettenheimer, onde tivemos um longo papo com Jens Bettenheimer, que assumiu há pouco tempo a empresa de mais de 550 anos de idade.
Jens é o enólogo e gerente da pequena empresa (16 hectares de vinhas de mais de 30 anos com muito calcário). Ele estudou na Nova Zelândia e é adepto de redução de rendimentos, respeito às fases da lua, colheita exclusivamente manual, lentas fermentações espontâneas e longa maceração pelicular. Os vinhos são amadurecidos em antigos tonéis de 1.200 litros de carvalho de Rheinhessen. Os vinhos são minerais e suculentos. Os que mais impressionaram foram seus Grauburgunder (Pinot Gris) em estilo quase “laranja”
Vinhos degustados:
Grauburgunder Trocken 2017, J. Bettenheimer
Um Grauburgunder (Pinot Gris, Pinot Grigio) regional, da região de Rheinhessen. Dourado, brilhante. Aroma discreto no ataque, frutado, floral, nota mineral lembrando talco. Paladar de bom corpo, com boa concentração e ótima textura, macio integrado, longo.
Nota: 88 pontos
Ingelheim Grauburgunder 2017, J. Bettenheimer
Um Grauburgunder (Pinot Gris, Pinot Grigio) da categoria Village, da localidade de Ingelheim, na região de Rheinhessen. Cor dourada com reflexos rosados, salmão. Aroma com notas de frutas brancas bem maduras, pêra, melão, baunilha, caramelo. Paladar bastante seco e encorpado, com textura macia, acidez bem presente, um branco potente que deve crescer bastante com alguns anos de garrafa.
Nota: 91 pontos
Sonnenhang Grauburgunder Aurerus 2016, J. Bettenheimer
Um Grauburgunder (Pinot Gris, Pinot Grigio) da categoria “Single Vineyard, do vinhedo Sonnenhang, na região de Rheinhessen. Fica 10 dias em maceração pelicular, para extrair o máximo das cascas das uvas brancas. De cor dourada mais carregada, em tons de tangerina/rosado, quase um “laranja”. Aroma pouco intenso, me parecendo ainda fechado, Paladar de muita textura/extração, na boca mostra notas de pêssego, damasco, nozes, pomelo, flores maceradas, especiarias, acidez firme, taninos presentes, um branco para vários anos de guarda.
Nota: 92 pontos
Riesling Hundertgulden 2014, J. Bettenheimer
Um Riesling da categoria “Single Vineyard, do vinhedo Hundergulden, na região de Rheinhessen. Palha dourado, denso, aroma com ótima tipicidade da casta, fruta acida firme, leve querosene, flores brancas, nota vegetal. Paladar de boa estrutura, 13% de álcool, muito bem integrado, longo, para guarda. Nota: 89 pontos
Schlossberg Blauer Fruhburgunder 2014, J. Bettenheimer
Uma casta rara, Frühburgunder (Pinot Madeleine) da categoria “Single Vineyard, do vinhedo SchlossBerg, na região de Rheinhessen. Rubi brilhante, levemente turvo, muito claro, seco, um pouco magro, frutas vermelhas, limpo, fresco Paladar leve, 13,5% álcool, falta estrutura.
Nota: 86 pontos
BECKER LANDGRAF
Dos produtores visitados, a Weingut Becker Landgraf (www.weingut-beckerlandgraf.de) em Gau-Odernheim na região de Rheinhessen é o único que está representado no Brasil, pela Wine Brands (www.winebrands.com.br) . O casal Julia e Johannes Landgraf está à frente do projeto, tratando seus vinhedos apenas fertilizantes orgânicos, dry farming (sem irrigação), com o mínimo de intervenção possível, em solos eminentemente argilo-calcários. No geral gostei muito dos vinho, dividindo a paixão entre o poderoso Riesling Herrgottspfad e o complexo Rosenberg Spätburgunder.
Vinhos degustados:
Grau-Odernheimer Riesling Ortswein,2017,Becker Landgraf,Rheinhessen.
Um Riesling da localidade de Grau-Odernheimer (categoria “Village”), da região de Rheinhessen. Elaborado à partir de 8 vinhedos diferentes, com vários tipos de solos. Verdeal brilhante. Aroma denso, fruta madura, cítricos, boa complexidade, elegante. Paladar firme, boa estrutura, textura macia, boa acidez.
Nota: 89 pontos
Rilesling Herrgottspfad Lagenwein 2016, Becker Landgraf
Um Riesling “Single Vineyard”, do vinhedo Herrgottspfad. Palha verdeal, aroma elegante, integrado, cítricos, tangerina, jasmim, mineral, fermentado em toneis, com malo na madeira, com battonage, paladar poderoso, com boa profundidade, para guarda.
Nota: 92 pontos
Grau-Odernheimer Riesling Ortswein 2010, Becker Landgraf
Já pronto, no apogeu, amarelo dourado, fruta madura, pêssego, querosene discreto, Paladar de médio-bom corpo, macio, integrado e elegante, acidez firme, excelente.
Nota: 90 pontos
Weissburgunder & Chardonnay 2017, Becker Landgraf
Elaborado com 70% Pinot Blanc e 30% Chardonnay, parcialmente barricado (5%). Fácil de beber, intenso, cítrico, para aperitivo, macio, best seller da empresa.
Nota: 87 pontos
Weissburgunder 2016, Becker Landgraf
Um Weisburgunder (Pinot Blanc) da localidade de Grau-Odernheimer (categoria “Village”), da região de Rheinhessen. Fermentado em madeira. Amarelo palha, aroma com notas salgadas, mineral, madeira aparece. Paladar leve a macio, com 12,5% álc, tem elegância e equilíbrio, mas no meio-fim de boca cai um pouco, melhor no nariz que na boca
Nota: 87 pontos
Spateburgunder 2016, Becker Landgraf
Um Spatburgunder (Pinot Noir) da localidade de Grau-Odernheimer (categoria “Village”), da região de Rheinhessen, com 5% de barrica nova, o resto madeira usada. Muito claro, rubi, aroma expressivo, frutado, elegante, morango, framboesas, rosas. Paladar leve e fresco, simples e delicioso.
Nota: 89 pontos
Spatburgunder Muschelkalk 2014, Becker Landgraf
Uma seleção das melhoras uvas e depois das melhores barricas. Clarinho, rubi granada. Aroma expressivo, boa complexidade, perfumado, especiarias, curry, mineral, frutas secas, cogumelos. Paladar seco delgado, mas de acidez firme, com um pouco mais de meio de boca seria um belo Pinot.
Nota: 90 pontos
Spatburgunder Rosenberg 2013, Becker Landgraf
Um Spatburgunder (Pinot Noir) “Single Vineyard”, um Cru, do vinhedo Rosemberg. Fermentado em barricas nas quais permanece por 2 anos. Vermelho rubi violáceo, claro. Aroma elegante, complexo, mineral, com muitas especiarias, nota vegetal. Paladar estruturado, macio, bom equilíbrio, taninos finos, excelente mas ainda jovem e se integrando/abrindo.
Nota: 92 pontos
RAUMLAND
Confesso que quando soube que o próximo produtor a ser visitado seria de espumantes soltei um suspiro de tédio, pois não esperava nada tão bom. Entrei conformado e saí encantado. A Raumland (www.raumland.de) entrou para o restrito hall dos melhores espumantes que já provei fora da Champagne. Fundada em 1990 por Volker Raumland, a empresa pratica
cultivo orgânico (vinhedos próprios) e a produção é pequena, de 100 mil garrafas/ano (somente método champenoise, com mínimo de 3 anos com as borras nos vinhos de entrada e mais de 10 anos nos tops). Seus cuvées básicos, que levam os nomes de suas filhas, Cuvee Marie-Louise e Cuvee Katherinam que ganham fácil da maioria dos Champagne NV, e suas Cuvés topo de gama encaram sem medo os Millésimes franceses.
Vinhos degustados:
Cuvée Marie Luise Brut, Raumland
100% Pinot Noir, com 5 anos com as lias, 4 gramas de açúcar. Perlage muito pequena, Aroma intenso e frutado, ficado nas frutas vermelhas, tostados, fermentos, com boa/pureza precisão, paladar firme, acidez alta, quase agressiva, mostrando juventude, potencia.
Nota: 89 pontos
Cuvée Katharina Brut Nature 2013, Raumland
Pinot Noir e Pinot Meunier, com 4 anos nas lias, 4gr/ de dosagem, parcialmente fermentado em barricas. Perlage muito fina. Aroma com muita autólise, tostados, brioche, peras, maçãs, nota salgada, terra, cerejas, boa complexidade e pureza. Paladar de acidez alta, nervoso, com boa cremosidade muito novo ainda, precisa de tempo, mas tem bom potencial, tem equilíbrio, integração.
Nota: 92 pontos
Rosé Prestige Brut 2012, Raumland
100% Pinot Noir, com 1,5% de tinto, dosagem de 9,3 gr/l. Perlage muito pequena, cor muito clara, como um rosé da Provence, na boca tem taninos bem presentes, um dos espumantes rosados mais taninosos e sérios que ja provei, muito novo ainda, acidez alta e taninos presentes, belo futuro pela frente
Nota: 92 pontos
Pinot Prestige Brut Blanc de Noir 2010, Raumland
100% Pinot Noir, fermentado parcialmente em barricas. Perlage muito pequena, aroma muito autolítico, muitas leveduras no nariz e boca, frutas vermelhas cerejas, framboesas, boa pureza e definição. Paladar muito seco, sério, taninos aparecem na boca, falta um pouco de elegância talvez, meio bruto, precisa de tempo.
Nota: 91 pontos
Chardonnay Prestige Brut 2011, Raumland
100% Chardonnay, com 4gr/l de dosagem, 5 anos sur lie, parcialmente fermentado em barricas. Aroma muito elegante e puro, autolítico, frutado, peras, limão, maçã verde, brioche. Paladar seco, de médio-bom corpo, com ótima acidez, não é imponente como os Pinots da empresa, mas tem grande elegância, e equilíbrio.
Nota: 92 pontos
Triumvirat Grande Cuvée Brut 2010, Raumland
Pinot Noir 60%, Chardonnay 30% e Pinot Meunier 10%. Do total 40% fermenta em barrica, tem 4,5 gr/l de dosagem e fica nas lias por 6 anos. Perlage muito pequena. Aroma complexo, com notas de defumados, brioche, tostados, ervas, nota salgada, cera, mel, amêndoas. Paladar seco, de grande estrutura e ainda muita elegância, boa profundidade, longo, ainda jovem. Nota: 94 pontos
Veja mais em: marcelocopello.com/vinhos
PETER JAKOB KÜHN
Chegamos a clássica região de Rheingau e a um de seus melhores produtores. Peter Jakob Kühn é a 11a geração da empresa fundada em 1786 (www.weingutpjkuehn.de). Seus 20 hectares de vinhedos, exclusivamente de Riesling e Pinot Noir, são orgânicos e biodinâmicos já há 14 anos (primeiro e único produtor biodinâmico de Rheingau). Os vinhos são simplesmente vibrantes e impecáveis! Cheios de pureza, energia, estrutura.
Vinhos degustados:
Hallgartener Riesling Rheinschiefer Trocken 2016, Peter Jakob Kühn
Dourado claro brilhante. Aroma encantador, mineral, elegante, integrado, defumado, limão, especiarias. Paladar bastante seco, 11,5% álcool, harmonioso, longo, estruturado por firme acidez, clássico, delicioso e com potencial de guarda
Nota: 91 pontos
Oestricher Riesling Quarzit Trocken 2016, Peter Jakob Kühn,
Dourado claro, muito mineral, aroma de pedra, fumaça, muitas especiarias, ervas maceradas, algo cítrico, Paladar muito seco, 12% álc., acidez muito firme, muito fino, grande energia e pureza, ainda jovem.
Nota: 93 pontos
Oestricher Klosterberg Riesling Trocken 2016, Peter Jakob Kühn,
De vinhas de 30 anos de idade, 100% fermentado em toneis nas quais amadure 1 ano. Dourado claro. Aroma muito elegante, ainda um pouco fechado, puro, muito mineral, fruta madura, muitas especiarias, nota de madeira. Paladar encorpado, denso e profundo, com taninos, 12% alc, longo e equilibrado, ainda jovem, precisa de alguns anos para começar.
Nota: 94 pontos
Hallgartener Hendelberg Riesling Trocken 2016, Peter Jakob Kühn
Fermentou em tonéis onde permanecei 1 ano. Dourado claro e brilhante. Aroma concentrado, frutado, mel, laranja, limão, pêssego, mineralidade bem presente, pedra, terra, especiarias, pimenta, nuanças florais, ervas maceradas, algo de querosene. Paladar encorpado, firme, largo, 12% alc., com nota de madeira, acidez muito firme, fim de boca com muitos taninos, guarde mais uns 5 anos antes de abrir, ou 10 se preferir
Nota: 94 pontos
Doosberg Grosses Gewachs 2015, Peter Jakob Kühn
Fermentado em tonéis nos quais permanece por 2 anos. Dourado denso e brilhante. Aroma muito rico, complexo, fruta madura, mel, fumaça, especiarias, mineral, nota salina. Paladar poderoso, cheio de taninos, é quase um tinto, 13% alc, acidez firme, muito seco, potente, coeso, e longo, construído para durar, muito complexo, profundidade, este
e para 10-20 anos de guarda. Adorei.
Nota: 96 pontos
Lenchen Auslese Riesling 2016, Peter Jakob Kühn
Aroma rico e muito fino, com frutas maduras, maçã, mel, laranja, mas onde a doçura não domina, mostrando também mineralidade, frescor, muitas especiarias. Paladar denso, bastante doce, mas com excelente acidez, muito frutado na boca e muito longo, com 7% alc,.
Nota: 94 pontos
JOACHIM FLICK
Encerramos a jornada ainda em Rheingau, em Hochheim, na Weingut Joachim Flick (www.flick-wein.de), que fica convenientemente perto do aeroporto de Frankfurt. Esta família produz vinhos na região desde 1650. Joaquim FLick fundou a empresa atual nos anos 1970 e em 1992, seu filho, Reiner Flick assumiu, expandindo a propriedade para o tamanho atual. Os 20 hectares, principalmente de Riesling (80% da área), além Pinot Noir, Pinot Gris, Pinot Blanc e Sauvignon Blanc, com cultivo sustentável.
Uma curiosidade: em seu portfolio há um vinho em homenagem a Rainha Vitória da Inglaterra. A soberana britânica (bisavó da rainha Elizabeth II, atualmente no trono) visitou a região em meados do século XIX, uma época em que os vinhos alemães eram o que havia de mais chique e caro no mundo (mais caros que os 1er Crus de Bordeaux). Ela então a receber anualmente 1 mil litros de Riesling, de 1850 até o fim de sua vida em 1903. Este vinhedo, que é um “monopole”, ficou no ostracismo por 80 anos até que Flick o arrendou e recuperou há poucos anos. O vinho, o Königin Victoriaberg Riesling é mais que uma curiosidade de belo rótulo, é também excelente.
Vinhos degustados:
Wicker Nonnberg Riesling 2016, Flick
Dourado claro verdeal. Aroma frutado, com notas cítricas, de maracujá, pêssego, boa mineralidade, salgado. Paladar seco, de media estrutura, textura macia, boa acidez, muito bem equilibrado.
Nota: 89 pontos
Hochheimer Königin Victoriaberg Riesling Trocken 2016, Flick
Amadurecimento 60% em barrica e 40% em inox. Palha verdeal dourado brilhante. Aroma Floral, frutado, flores brancas, frutas maduras, pêra, damasco, pêssego, especiarias. Paladar de medio corpo, macio, 12,5% de álc., equilibrado e elegante, tem finesse, fácil de beber.
Nota: 90 pontos
Wicker Nonnberg Rilesling GG 2008, Flick
Amarelo dourado já mais carregado, floral, mel, na transição para um vinho maduro, ainda não no apogeu mas já com alguma evolução, especiarias, paladar de bom corpo, seco, macio, acidez firme, pera madura, limão amarelo, longo, equilibrado, mineralidade salgada.
Nota: 91 pontos
Wicker Nonnberg Riesling Vier Morgen GG 2016, Flick
Palha esverdeado. Aroma frutado, com muita pera madura, maçã, mineral de giz. Paladar de boa estrutura, macio, muito bem equilibrado, macio, longo, delicioso, fresco, elegante, pronto
Nota: 92 pontos
Hochheimer Königin Victoriaberg Riesling Kabinett 2017, Flick
Amarelo palha brilhante. Aroma intenso e bastante frutado e floral. Paladar com algum doçura (off dry), macio, fresco, acidez muito boa, bom equilíbrio e elegância
Nota: 89 pontos
Hochheimer Königin Victoriaberg Riesling Spatlese 2015, Flick
Amarelo dourado claro e brilhante. Aroma intendo e frutado, com notas de maçã, pêssego bem maduro, papaia, tangerina, manga, cítricos. Paladar concentrado e meio-doce, com 8,5% de álc., acidez firme equilibra e confere frescor ao conjunto
Nota: 91 pontos
Nonnberg Fuhshohl Spatburgunder Trocken 2015, Flick
Rubi claro. Aroma muito fresco, fruta quase ácida, cerejas, muito mineral, pedra, fumaça, nota salgada. Paladar bastante seco, taninos finos e secantes, acidez alta, ainda novo, fim de boca mineral. Belo e elegante Pinot que deve ainda crescer bastante.
Nota: 93 pontos
Wicker Nonnberg Riesling Beerenauslese 2015, Flick
Cor dourada brilhante. Aroma fino e concentrado, com notas de paladar, mel, laranja confit, cítricos, ervas, nozes, resinas, nota mineral salina. Paladar muito rico e concentrado, com mais de 200gr/l de açúcar, textura oleosa, muito longo, para longa guarda.
Nota: 93 pontos
OUTROS VINHOS PROVADOS
Riesling Trocken vom Muschelkalk Appenheimer 2017, Hofmann
Palha claro e brilhante, reflexos verdeais. Aroma expressivo elegante, mineral, perfumado, talco, flores do campo, citrico, limão, nota salgada. Paladar de médio-bom corpo, acidez presente, ainda jovem, ótima tipicidade, um Riresling seco moderno, muito bem elaborado, pronto ou para guarda de uns 5 anos
Nota: 92 pontos
Herrenberg Riesling Tricken 2017, Willems-Willems
Palha brilhante. Aroma muito expressivo, bastante mineral, fruta fresca, cítricos, especiarias picantes. Paladar de boa estrutura, 8gr/l açúcar, 12% alc., longo, muito puro, deve evoluir bem, e se abrir mais
Nota: 91 pontos
Heerkretz Riesling 2016, Bischel
Amarelo esverdeado brilhante. Aroma intenso, complexo, mineral, notas defumadas, de ervas. nota salgada, fritas amarelas, limão. Paladar seco, estruturado, firme, com taninos, leve nota amargor fim de boca, potencial de guarda, 5-10 anos
Nota: 92 pontos
Veja mais em: Vinhos