Adorei ter participado do Amphora Wine Day no dia 11/11, na Herdade do Rocim, no Alentejo-Portugal. Esta feira de vinhos, criada em 2018, reúne apenas produtores de vinhos feitos em ânforas, ou talhas, como chamam em Portugal. Este ano houve recorde de público (1700 pessoas) e de produtores, 58, de 6 países, sendo 36 de Portugal, 12 de Geórgia e os demais da Espanha, França, África do Sul e Itália.
Dia 11 de novembro é dia de São Martinho e marca a data oficial quando tradicionalmente os produtores abrem suas ânforas com os vinhos do ano, em uma grande festa, com canto, comida típica, e vinho, claro, fresquinho saindo das ânforas.
Não custa lembrar que as ânforas são recipientes de argila/barro. Hoje o mais comum é fermentar os vinhos em recipientes de aço inox e depois amadurecê-los em barricas de carvalho. Os antigos romanos fermentavam e amadureciam seus vinhos em ânforas, uma técnica que nunca foi abandonada em lugares como o Alentejo, no sul de Portugal e, principalmente Geórgia, país do leste europeu, tido como berço do vinho. Uma curiosidade, lá as ânforas são chamadas de Qvevri.
O evento me ofereceu uma sala privada onde pude provar vinho excelentes, em uma gama de estilos diferentes. A ânfora concede sabor diferenciado ao vinho, por sua porosidade os vinhos ficam prontos para beber mais rápido, além de certo gosto e textura dada pela argila.
No Brasil não é difícil achar vinho de ânfora ou de talha. Os vinhos da Herdade do Rocim são importados pela World Wine, enquanto a marca Bojador está com a Grand Cru, enquanto os vinhos da Herdade do Esporão são importado pela Qualimpor e os da José de Sousa estão com a Decanter.
O Brasil também faz vinhos em ânfora. O produtor brasileiro Lídio Carraro, já lançou o seu, enquanto a InnVernia, produtor do estado de São Paulo lançará em breve seu primeiro tannat em ânfora.