O brasileiro ainda conhece pouco os vinhos do Vale do Rhône, no leste da França. Esta região vai muito além do Châteauneuf-du-Pape, seu vinho mais conhecido, ou dos Côtes du Rhône genéricos, seu produto de entrada.
Nomes como Vinsobres, Saint-Joseph, Gigondas, Lirac e Vacqueyras podem guardar ótimas surpresas, às vezes superando as AOCs mais famosas da região, como a já citada Châteauneuf-du-Pape, que por ser muito grande tem qualidade irregular, com alguns vinhos excepcionais e outros que não valem o preço. Outra AOC da região que merece ser descoberta é Tavel, com seus rosados mais estruturados, gastronômicos e com algum potencial de guarda.
O Rhône é a segunda maior região da França quando falamos em produção de vinhos de com denominação de origem, superada apenas de Bordeaux. Localizada entre as cidades de Lyon e Avignon ao longo do vale do rio Ródano (Rhône), pode ser dividida, por conta de seu clima, entre norte e sul.
No norte, mais frio, reina a syrah nas tintas e viognier nas brancas. No sul o clima é mediterrâneo, mais caloroso e dominado pela grenache (com syrah e mourvèdre como coadjuvantes) nas tintas e nas brancas por marsanne e roussanne. A região permite 27 castas em seus vinhos. As principais são, além das citadas acima, carignan e cinsault nas tintas e grenache blanc nas brancas.
A pirâmide dos vinhos da região tem na base os Côtes du Rhône “genéricos”, depois com os Côtes du Rhône Village e sobe até os chamados crus, que são apenas dezenove, oito ao norte, nove ao sul e mais dois de vinhos fortificados. No norte temos Château-Grillet, Condrieu, Cornas, Côte-Rôtie, Hermitage, Crozes-Hermitage, Saint-Joseph e Saint- Péray. No sul, Beaumes-de-Venise, Cairanne, Châteauneuf-du-Pape, Gigondas, Lirac, Rasteau, Tavel, Vacqueyras e Vinsobres. De fortificados, Muscat Beaumes-de-Venise e Rasteau.
Há muitas descobertas a explorar no vale do Rhône!