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Vinoteca

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Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos
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Malbec, na taça e no coração dos brasileiros

Esta é talvez a única uva (casta) que tenha um fã clube informal em terras tupiniquins. Brasileiro ama malbec

Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
19 jan 2024, 05h33
Malbec
 (shutterstock/Divulgação)
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A malbec, embora seja um tema seja recorrente, é sempre de interesse. Esta é talvez a única uva (casta) que tenha um fã clube informal em terras tupiniquins. Brasileiro ama malbec. Segundo dados da Wines of Argentina, cerca de 48% do vinho exportado ao Brasil são de malbec, e cerca de 21% são cortes, em sua maioria com predominância desta casta. No total são quase 25 milhões de garrafas de malbecs e seus cortes. Isso sem contar os vinhos do descaminho, que entram ilegalmente por nossas fronteiras. Segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), o valor deste mercado ilegal é de cerca de R$ 2 bilhões e afeta principalmente os vinhos argentinos

 

A malbec nasceu em Bordeaux-França há alguns séculos, mas desenvolveu-se mais na região francesa de Cahors. Com a Phylloxera, uma praga que dizimou os vinhedos no século XIX, ela foi quase apagada de Bordeaux onde ainda existe, embora seja rara. Lá nunca foi realmente muito plantada, os châteaux tinham um máximo de 10% de malbec para ser usada em cortes com o papel de suavizar o Cabernet Sauvignon. Depois da Phylloxera contudo, foi replantada em porta enxertos muito vigorosos e após a geada de 1956 foi quase abandonada em nome da Merlot. Hoje em Bordeaux os poucos châteaux que tem malbec raramente a usam em proporção maior que 5% em seus vinhos. No Cahors sim, a malbec é a mais plantada, e é obrigatória em mínimo de 70% nos cortes.

 

malbec veio da França para a Argentina em 1852. Lá era conhecida como “boca má” (mal bec), que ganhou esta alcunha em seus primórdios por gerar vinhos duros, principalmente na região de Cahors. Na Argentina se adaptou esplendidamente. Hoje a diversidade clonal da malbec na Argentina é enorme, maior que na França.

 

Embora se preste a uma diversidade de estilos, desde rosados, espumantes, passando por tintos jovens e frescos, o malbec que conquistou os brasileiros é tem perfil encorpado. O malbecão padrão seria um vinho de cor muito escura, em tons violáceos, com aromas de fruta negras maduras, como ameixas e amoras, e uma típica nota floral de violetas. No paladar seria encorpado, macio, com taninos maduros e aveludados, com acidez moderada e passagem por carvalho novo.

 

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