Por Marcelo Copello
Certa vez ao visitar um amigo na Europa constatei que havia uma imponente espingarda na mala de seu carro. Ante meu espanto ele explicou que eu jantaria as perdizes que ele iria caçar naquela tarde…
Embora no Brasil seja incomum, em vários países o hábito de caçar permanece vivo, e as carnes de caça são muito apreciadas. O diferencial destas iguarias reside em dois pontos principais: estes animais de vida selvagem vivem livres e se movimentam mais do que os criação e, portanto, sua carne é mais magra, leve e saudável. O outro ponto é sua alimentação, que é mais rica, variada e natural do que a ração dada às espécies de cativeiro, enriquecendo o sabor de sua carne.
Assim, os pratos de caça agregam sabor intenso e complexo à certa delicadeza e elegância. Naturalmente, o que se oferece quase sempre em restaurantes em todo o Brasil não é caça genuína, daquelas onde se acha chumbo dentro, mas é possível encontrar boas carnes, das mesmas espécies, seguindo receitas tradicionais, que proporcionam grandes harmonizações.
A aspectos fundamentais da carne de caça: elegância e força. Para os vinhos deve-se buscar: complexidade e especiarias. Uma harmonização de vinhos com carnes de caça terão sempre, ao menos como ponto de partida, a tradição.
Tente vinhos com longo amadurecimento em madeira mas ao mesmo tempo mais maduros e delicados, de safras mais antigas se possível. Barolo, Babaresco (Itália), Borgonha, Hermitage (França), Rioja (Espanha). A preferencia deve ser por vinhos já maduros, de safras mais antigas.
DICA: para preparar carnes de caça e torná-las ainda mais amigas do vinho use para temperar uma infusão feita em azeite com canela, gengibre e cardamomo.
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