Por Marcelo Copello
1993 MC no Romanée Conti
2013 MC no Romanée Conti
1. Humildade. Esta é a qualidade fundamental para que alguém se torne um bom profissional do mundo do vinho. Sem humildade não se vai muito longe na estrada de Baco.
2. Comunicação. Em uma entrevista com Hugh Jonhson perguntei a ele que conselho daria a um jornalista/escritor de vinhos. Ele disse que, muito mais importante que ter conhecimentos sobre vinho, conta saber se comunicar. É preciso gostar das palavras tanto quanto se gosta de vinho.
3. Respeite o leitor. Respeite seu gosto, seu bolso, sua ignorância e sua inteligência.
4. Estude sempre, leia livros, viaje, vivencie in loco e mantenha contato com quem faz. Um dos grandes fascínios do vinho é nos proporcionar inesgotáveis descobertas.
5. Humor. Em um universo de tanta tradição e esnobismo quanto o do vinho é fácil cair na chatice. Tenham bom humor ao ler e escrever. Seriedade demais ninguém aguenta.
6. Simplifique sem idiotizar. Para que complicar quando podemos simplificar? Desconfie apenas da bandeira da simplificação e da descomplicação, pois por vezes ela é seguida de desinformação. Vamos simplificar, mas sem banalizar, desglamourizar e muito menos idiotizar.
7. No vinho há mais exceções que regras. Questione! Ao longo destes 20 anos praticamente todos os conceitos que um dia tive foram revistos. Troque os dogmas pelo bom senso e experimentação. Tenha paladar e mente abertos, sem preconceitos.
8. Ética. Não importa bem quais regras, você mesmo pode fazê-las, mas elas devem ser claras e transparentes e devem ser seguidas com coerência.
9. Relevância. Em tempos em que a imprensa/mídia se transformou em tecnologia, qualquer um pode ter audiência. O que vale agora é relevância.
10. Litragem. Só com perspectiva, o que no vinho se mede em litragem, podemos ter uma opinião balizada.
11. Modismos e tendências – desconfie de modismos, eles passam e ficam fora de moda. Desconfie de tendências, muitas vezes elas não se concretizam.
12. Confie em seu paladar. Escrever sobre vinho é lidar com gostos pessoais, a começar pelo seu. É preciso respeitar o gosto dos outros e confiar no seu próprio.
13. Vida – Coloque o vinho na vida e não a vida no vinho. Sei que para alguns vinho é matemática pura, mas prefiro vê-lo como parte da vida.
14. Saúde – vinho não é remédio, seu principal benefício à nossa saúde é o bem estar que ele proporciona, em um sentido mais amplo, social e mental.
15. Natureza – quem abre uma garrafa de vinho em um restaurante sofisticado em um ambiente cosmopolita, por vezes esquece que o líquido nos conecta diretamente à natureza, a um local, uma origem e às pessoas que o fizeram.
16. Cultura. Beber vinho é beber cultura. Vinho é uma das coisas mais civilizadas que o humanidade inventou.
17. O vinho nos reflete. O vinho é apenas um líquido dentro de uma garrafa. A emoção está em quem o degusta. O vinho, por sua longa história e grande complexidade como bebida, é um perfeito espelho do ser humano, onde podemos ver refletida toda a nossa cultura e a nós mesmos.
18. Vinho é contexto. Vinho não se combina apenas com alimentos, mas com um contexto ou uma ambience. As circunstâncias influem decisivamente em nossa apreciação de uma boa garrafa. A situação completará o significado da experiência sensorial.
19. Paciência- cultive a lição de tempo que o vinho nos dá. Bons vinhos precisam de tempo e têm seu momento certo, não se precipite.
20. Paixão pelo que se faz. Entusiasmo é uma palavra chave, que vem fácil com uma boa taça de vinho.
Marcelo Copello (mc@marcelocopello.com )
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