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Rio Open 2015 coloca tênis em evidência no Rio

Destaque do torneio, o espanhol Rafael Nadal falou à VEJA RIO sobre o esporte, que está entre os dez mais requisitados pelos torcedores na Olimpíada 2016

Por Daniela Pessoa e Carolina Barbosa
Atualizado em 2 jun 2017, 12h46 - Publicado em 7 fev 2015, 00h00
O “Touro Miúra” em quadra no torneio do ano passado: desta vez ele quer curtir o Carnaval do Sambódromo e conhecer Romário
O “Touro Miúra” em quadra no torneio do ano passado: desta vez ele quer curtir o Carnaval do Sambódromo e conhecer Romário (Divulgação/)
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O estilo é de astro do rock’n’roll. Adorado pelos fãs, ele provoca verdadeiros tumultos por onde passa, tamanho o assédio. Nos bastidores, todos conhecem suas manias – é louco por video­­­game e não marca compromisso nenhum quando seu time do coração, o Real Madrid, está em campo. Em cena, exibe tiques que fazem a delícia do público, principalmente o feminino: vive ajeitando a cueca, coçando o nariz e arrumando as madeixas negras e rebeldes. Um dos maiores tenistas da atualidade, Rafael Nadal, 28 anos, 1,85 metro, cerca de 85 quilos, canhoto (dentro da quadra) e atualmente o terceiro colocado no ranking mundial, chega na próxima semana à cidade para a segunda edição do Rio Open, que começa no dia 16, em plena segunda-feira de Carnaval. No ano passado, ele foi o campeão do torneio. E conquistou definitivamente uma legião de admiradores que está ansiosa para vê-lo novamente nas quadras. São pessoas – especialmente a criançada e os adolescentes – que fazem vigília em frente ao hotel onde o “Touro Miúra” se hospeda, que pedem autógrafo no fim de seu treino (neste ano, o astro terá uma quadra exclusiva, com arquibancada, só para bater bola). “Fiquei muito impressionado com o que vi aqui no ano passado. Esse é um dos motivos por que voltarei neste ano”, disse Nadal a VEJA RIO na semana passada (confira a entrevista a seguir).

entrevista com rafael nadal
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Tradicionalmente associado ao universo das elites e dos bem-nascidos, o tênis experimenta um lento mas consistente processo de popularização no Brasil desde que Gustavo Kuerten, o Guga, venceu o torneio de Roland Garros, na França, em 1997. Prova disso é o interesse refletido nas reservas de ingressos para os próximos Jogos Olímpicos: segundo o Comitê Rio 2016, o esporte está entre os dez mais requisitados, à frente inclusive do judô, modalidade em que costumamos faturar medalhas. Outro indicador é a procura pela final do Rio Open, que provavelmente terá em um dos lados da quadra o espanhol Nadal. Todos os 6 200 ingressos se esgotaram em apenas uma hora e meia. Ao todo, o torneio congregará cerca de 120 atletas, o que o transforma na disputa mais importante do continente sul-americano. Em 2014, 50 000 pessoas circularam pelas estruturas montadas no Jockey Club, na Gávea (mesma sede dos jogos da edição deste ano). O evento, que distribuiu 3,5 milhões de reais em prêmios, está maior agora, com uma quadra a mais (todas de saibro), praça de alimentação ampliada e painéis eletrônicos. Além do superstar ibérico, atletas como David Ferrer (décimo na lista da ATP) estarão em quadra. 

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Jockey Club lotado em 2014: o público de 50 000 pessoas deve aumentar
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Entre os fãs que já garantiram os tíquetes para a final está a chef de cozinha niteroiense Gisele Brum, que foi com a filha Bárbara, 15 anos, ao primeiro Rio Open. “É um esporte civilizado, de pessoas educadas”, analisa. “E o Nadal é um doce. Quando desembarcou no aeroporto, fez questão de afastar os seguranças para falar com a minha filha e depois, no torneio, a reconheceu e a cumprimentou de novo”, derrete-se Gisele, reforçando que um dos pontos altos do ídolo da filha, sobre o qual sabe tudo a respeito, é a boa memória. A última passagem carioca comprovou que Nadal também é um turista exemplar. No tempo livre entre os jogos, visitou o Corcovado, deu o pontapé inicial de Vasco e Flamengo no Maracanã e passeou pelas praias. Nesta temporada, pretende debutar no Carnaval da Sapucaí e conhecer o ex-craque Romário.

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No país do futebol, o fato de a capital fluminense receber um torneio de grande porte aproxima ainda mais a modalidade do grande público. “Astros internacionais tão perto de nós ajudam a despertar o interesse”, afirma Renato Cito, presidente da Federação Estadual de Tênis, que sonha ver duplicado o número de praticantes no Rio até 2016. “Guardadas as devidas proporções, não deixamos nada a desejar a um Roland Garros, por exemplo”, afirma Marcia Casz, da IMX, organizadora do evento. Os adeptos da raquete concordam. “Foi muito bacana sentir o clima de alegria das pessoas”, diz a atriz, e tenista amadora, Malu Mader, que passou a jogar mais desde então.

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Guilherme, 7 anos: raquete igual à do ídolo
Guilherme, 7 anos: raquete igual à do ídolo ()
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Os vidrados pelo esporte costumam começar cedo. Guilherme Fraga, 7 anos, sonhava com uma raquete semelhante à de Nadal. Conseguiu uma de presente no Natal e hoje pratica no próprio Jockey e no Clube Federal, no Leblon (confira no quadro abaixo as opções de aula para crianças). Uma boa notícia, para o pequeno Guilherme e para todos os fãs, é que no ano que vem a sede da Confederação Nacional deve ser transferida de São Paulo para o Rio, no centro de treinamento em construção no Parque Olímpico da Barra, com dezesseis quadras de piso sintético e capacidade para até 10 000 pessoas na plateia. Aí é bolinha para o alto e smash. Mas nada de ficar ajeitando a cueca o tempo todo.

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