Revelado no comando da cozinha do restaurante contemporâneo Laguiole, no MAM, posto em que foi eleito, ano passado, Chef Revelação no especial “Comer & Beber”, publicado por VEJA RIO, o jovem cozinheiro Ricardo Lapeyre está deixando a casa, pouco mais de dois anos após assumir o cargo. Sem entrar em detalhes sobre o motivo de sua saída, o cozinheiro diz apenas que pretende se dedicar a novas experiências na carreira. “Vou voltar para a França por um tempo, para estudar e trabalhar”, explica o mestre-cuca, que tem em vista uma colocação na cozinha do Palácio do Eliseu, a sede do governo francês.
A versão é confirmada pelo antigo patrão, o restaurateur Marcelo Torres, que reafirma o clima de cordialidade no processo. “Acho natural que um chef queira circular, experimentar. Encerramos a parceria num boa”, atesta Torres, afastando rumores de que que esta seria uma decorrência do episódio ocorrido em maio, quando o Procon encontrou no Laguiole – e em mais uma dezena de endereços de alto padrão – alimentos vencidos e sem prazo de validade, responsabilizando o chef. Na época, Lapeyre se defendeu dizendo que o Procon chegou entre as fases de embalagem a vácuo e a de etiquetagem para descarte e data de vencimento.
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Filho de Claude Lapeyre, experiente chef francês radicado no Rio, o rapaz tem currículo consistente: formou-se na escola de hotelaria Jean Drouant, trabalhou na Alain Ducasse Formation, escola do superchef francês, e no Hôtel de la Poste, em Charolles, Borgonha, do chef Frederic Doucet, antes de passar uma temporada em Bruxelas, no Comme Chez Soi, cotado com duas estrelas no Guia Michelin. De volta ao Brasil, deu expediente no Le Pré Catelan, sob o comando do mestre Rolland Villard, até assumir o Laguiole. A direção da casa no MAM tem feito testes com três chefs e deve definir, em cerca de 20 dias, quem substituirá Lapeyre.