Fabiano Serfaty

Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD. Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.
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Como as alterações de peso aumentam o risco de desenvolver diabetes

Estudo recém-publicado no Diabetes Care analisou o fenômeno em pacientes obesos que perdem peso e aqueles obesos que se mantêm numa faixa estável

Por Fabiano Serfaty
Atualizado em 29 mar 2018, 17h13 - Publicado em 29 mar 2018, 17h12
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  • anorexia
    Balança: encarada pelos obesos como uma inimiga (Victor Almeida/Acervo Abril)

    O assunto pode parecer batido, mas é de extrema relevância e foi alvo de pesquisadores recentemente. Considerada uma epidemia mundial e, por vezes, subestimada, a obesidade mata mais que a fome. Quando associada à diabetes, então, seus riscos à saúde tornam-se exponencialmente maiores. Fato é que um estudo publicado neste mês de março no veículo especializado Diabetes Care apontou que pacientes obesos que perdem peso apresentam menor risco de desenvolver diabetes do que paciente obesos que mantêm um peso estável.

    O levantamento categorizou os indivíduos em quatro grupos, sendo eles: (1) não obesos que mantiveram peso estável, (2) indivíduos que perderam peso, (3) indivíduos que ganharam peso, e (4) obesos que mantiveram o peso estável. As alterações do peso corporal foram relacionadas então à incidência de diabetes durante a década em que ocorreu o estudo.

    Quando comparados aos pacientes obesos que mantiveram peso estável, os obesos que perderam peso apresentaram um risco significativamente menor de desenvolver diabetes (hazard ratio, HR, de 0,33) e pacientes do grupo não obeso que mantiveram um peso estável apresentaram um risco ainda menor de (HR de 0,70). Durante este período de 10 anos, cerca de 9,1% dos casos de diabetes poderiam ter sido evitados se os pacientes obesos tivessem conseguido perder peso. Ou seja, é importante criar mecanismos de prevenção e tratamento da obesidade em todas as fases da vida da população e, sobretudo, enxergá-la como uma doença crônica e multifatorial. Não deixe de procurar um médico para acompanhá-la! Lembre-se que saúde não tem preço.

    Referência:
    Stokes A, Collins JM, Grant BF, et al. Obesity progression between young adulthood and midlife and incident diabetes: a retrospective cohort study of US adults [published online March 5, 2018]. Diabetes Care. doi: 10.2337/dc17-2336

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